Os aviões andam cheios e o número de voos aumentou entre o Canadá e Portugal. Isto é bom e significa que as férias põem as pessoas em movimento e que o setor turístico está a funcionar em pleno. A economia mexe e o grau de satisfação aumenta. Há quem vá à sua terra matar saudades, rever amigos, tratar de negócios pendentes e preparar o futuro próximo. Há os outros que vêm até cá ver família e amigos que viram partir há tempos e que já não regressam. Admite-se também que haja turistas nos dois sentidos, somente com o objetivo do lazer.
Os que vão até lá, à sua terra, levam sempre estórias de cá para contar, mas também são absorvidos com as novidades que encontram e que nada têm a ver com o País que deixaram há anos. De facto, Portugal está diferente e para melhor, apesar de todas as circunstâncias difíceis que vêm caracterizando a economia portuguesa nos últimos tempos. Poderá dizer-se que o País não está na perfeição como se desejaria, mas está melhor, mesmo que muitos digam o contrário. Nesta altura do ano há festas e romarias por todo o lado. O clima e a gastronomia são únicos e deixam sempre saudades. É bom marcar presença nestas ocasiões.
Mas prepare-se para as surpresas e as burocracias que ainda persistem. O que aqui pode parecer simples e prático, em Portugal o enquadramento pode ser bastante diferente. O tratamento dado às pessoas também poderá variar. Vejamos, por exemplo, dois cenários possíveis de acontecer:
Imagine que em passeio de carro que acaba de alugar, pára numa cidade qualquer e esqueceu-se de comprar o título de estacionamento ou comprou mas deixou passar a hora permitida. Imagine-se também noutra situação em que assiste a uma cena menos própria, pode ser um acidente ou um grupo desavindo em confrontos físicos e que em qualquer dos casos pode haver o registo de morte. Ora bem, no primeiro caso, o tal do estacionamento indevido, receberá mais tarde uma notificação da polícia a convidá-lo a pagar 30 euros, mas dirigindo-se a si na qualidade de arguido. No outro caso, o tribunal quererá ouvir de si provas do que viu e pela via postal dirigem-se a si tratando-o por Vossa Excelência.
Que se saiba, arguido é todo o indivíduo que está sujeito a um processo contra o qual foi deduzida acusação ou aberta instrução por suspeita de práticas ilegais. Assim, se estacionar mal o seu carro e o tratarem por senhor arguido, não desespere nem se sinta ofendido. A coisa é mesmo assim, nem que seja apenas por 30 euros. Haja dinheiro, depois a prática para pagar é das mais avançadas do mundo.
A Direção