E-COMMERCE

Ainda se ouve por aí quem defenda o comércio tradicional. É normal, uma vez que hoje tudo se compra e tudo se vende nos sítios e nas formas mais estranhas. Da pequena loja de rua e de bairro, passou-se para o espaço de grande consumo até às grandes superfícies. Para se vender não se pensa apenas no espaço físico para armazenar mercadoria e atender clientes. Há que preparar estacionamentos, locais para cargas e todo um conjunto de requisitos que representem facilidade e conforto para o cliente.

Quando tudo parecia definido e bem organizado, eis que outra forma de comércio passou a ganhar espaço e importância: a venda pela internet. De início era o medo e o receio de se comprar gato por lebre. Ceder números de acesso a cartões de crédito não era tarefa fácil. A desconfiança fazia parte de cada operação, até que algumas atividades vieram facilitar e permitir o novo e mais moderno meio de transações. O turismo foi o grande motor da nova vida. Milhões de pessoas em todo o mundo passaram a comprar viagens de avião, alojamentos hoteleiros e tudo o mais relacionado com o lazer. Hoje, passou a ser estranho não utilizar esses meios, tanto mais que tornam mais baratos os produtos.

Mas se as compras on-line de viagens, dos hotéis, dos produtos do supermercado e tantos outros já fazem parte do nosso quotidiano, ainda há muitas resistências a vencer para que todo o mundo seja uma grande loja virtual. Esse tempo vai chegar, mas até lá repensamos sobre o que nos propõem e desconfiamos com todos os argumentos válidos.

Na net compra-se através de fotografias. E quantas imagens não correspondem com rigor ao proposto? Muitas com certeza, uma vez que cada produto à venda obedece a regras de realidade aumentada. Cada produto é fotografado e trabalhado para convencer o cliente. Este vai perdendo a noção de tocar no que vai comprar. Está já educado e formatado para apreciar através de um écran o que mais necessita ou deseja adquirir. Daí que as lojas on-line invistam seriamente na fotografia e no tratamento em Photoshop, pois só assim conseguem atingir os melhores resultados.

Entre a loja da nossa rua, com atendimento personalizado, e o balcão virtual em que ninguém se conhece nem se contacta, não vai uma distância assim tão exagerada. Por enquanto subsistem as duas, cada qual com as suas vantagens e inconvenientes. O certo é que ambas procuram ganhar o seu espaço de intervenção e marcar o futuro. Se comprar uma viagem de avião é considerado seguro, o mesmo se passa com uma garrafa de vinho ou outro produto que não obedeça a medidas e provas. O novo comércio já entrou nas nossas casas.

A Direção