E AGORA, 2021?

Correio da Manhã Canadá

O arranque de um novo ano costuma ser acompanhado de previsões, planos, metas e expetativas. Ainda que a mudança esteja ao nosso alcance todos os dias, a passagem de ano serve de transição simbólica, obrigando-nos a olhar para o que passou, para o que esperamos que aconteça e para o que pretendemos mudar.

Depois de um 2020 pleno de dificuldades, 2021 representa não só renovação, mas também esperança. A este propósito, milhares de “cartoons” têm circulado na Internet, destacando-se um, em que se vê o ano de 2021 sentado na poltrona de um consultório, desabafando com o seu psicólogo: “Sinto que depositam demasiadas expetativas em mim”.

Apesar de se tratar de uma imagem iminentemente humorística, há algo de muito pertinente neste “cartoon”. É difícil não esperarmos que as coisas vão melhorar – como suportar um presente difícil se não formos otimistas? – mas também não convém olharmos para a vida a preto e branco. Não é porque 2020 foi mau que 2021 vai ser uma maravilha. Há muitos desafios pela frente e, portanto, é importante refrear expetativas, sob pena de 2021 entrar em depressão!

Mas e então? O que será que de bom e de mau nos vai trazer 2021? Não é fácil adivinhar o que temos pela frente, mas há já algumas pistas sobre o que deverá marcar o ano que agora começa. Há quem diga que 2021 vai ser o ano dos testes. Testes à estabilidade política dos países, às empresas que se têm debatido com tantas disrupções, à resistência das relações, à paciência e à fadiga do confinamento, à durabilidade dos empregos e, sobretudo, à eficácia das vacinas, nas quais residem todas as esperanças.

Fora a evidente preocupação com a pandemia, em Portugal, especificamente, convém estarmos atentos às eleições presidenciais e autárquicas e à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. No Canadá, o destaque vai também para um possível ato eleitoral, com muitos especialistas a preverem a convocação de eleições federais em 2021.

Entre planos e previsões, podemos também contar com um certo regresso à normalidade. É provável que daqui a um ano já possamos falar, neste espaço, de outros assuntos, e não só da cansativa pandemia. Aguardemos!

Enquanto isso, há que manter a cabeça erguida, olhando com otimismo, mas também com bom senso, para este novo período que começa. E porque não inaugurar o ano com um novo emprego? As páginas 12 e 13 deste jornal são a prova de que o mundo não parou e que 2021, apesar dos desafios, pode também vir carregado de oportunidades.