DO PIOR AO MELHOR DE 2016

Do melhor ao pior, Portugal tem tudo para oferecer. Já lá vão os tempos em que tudo era mau e em que a própria emigração significava a desgraça associada à necessidade de procurar outros palcos e melhores soluções. Hoje e em relação à Europa já não se fala de emigração, pois vive-se num mesmo espaço geopolítico e económico. No que respeita ao resto do mundo e, nomeadamente, o Canadá, cada vez é maior o número de gente qualificada que sai de Portugal e é bem-recebida nos países e mercados de acolhimento.

Em relação a este ano, elegemos três acontecimentos que servem para caracterizar o que somos e o que valemos. Comecemos pela situação financeira e que parece não ter solução à vista como seria desejável. Há poucos dias, os juros da dívida de longo prazo subiram até 4,5%. Ainda está na memória de muitos o número mágico de 7% criado pelo ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, no tempo de José Sócrates. Dizia ele que acima dessa barreira a solução seria pedir ajuda externa. Pois agora já se esteve mais próximo do 7 do que do zero.

Sabe-se que este problema não é exclusivo dos portugueses e que todo o mundo procura equilíbrios. Mas uma coisa é certa: parece que se faz pouco para se endireitarem as contas e o stress não só não nos larga, como teima em conviver. Claro que pelo meio há muita especulação e quem viva dos males dos outros. Mas seja como for, os portugueses já tiveram todo o tempo do mundo para aprenderem como fazer.

Saindo da desgraça e entrando nas coisas boas, os portugueses já definiram as suas preferências para as férias. São 10 destinos, entre Açores e Madeira, Brasil, Moçambique, Marrocos, Vietname e o resto na Europa (Espanha, Polónia, Croácia e Itália). Seja a pensar na praia, no exotismo, no deserto, em culturas diferentes, o que importa extrair desta preferência é que os portugueses já ganharam o hábito de sair de casa e do País, não só para trabalhar, mas também para diversão, descanso e lazer.

Os Açores ganharam muita força nos últimos tempos. Com a abertura do espaço aéreo são cada vez mais os turistas que procuram as 9 ilhas e todo o esplendor que têm para oferecer. Aumenta o número de dormidas, a economia cresce e a riqueza começa a dar os seus frutos. Das flores à observação de baleias, piscinas naturais, passeios pedestres, há imensa natureza para desvendar e com entusiastas de todo o lado.

Para o fim, ficou o melhor. Há cinco anos começou em Dublin, na Irlanda, uma conferência sobre novas tecnologias que reuniu 400 pessoas de todo o mundo, representando as maiores marcas e companhias. Chamou-se Web Summit e pretendia ser a melhor conferência do planeta para debater o futuro e as tendências da industria tecnológica e digital. Ao fim de cinco anos a Web Summit deixa a Irlanda e assenta o arraial em Lisboa para os próximos três anos. Agora em 2016, vão ser 42 mil participantes, o que passa a ser a maior conferência alguma vez realizada em Portugal. Todos desejam este evento, mas pelos vistos agora é português. Significa tudo isto que, realmente, somos capazes do pior e do melhor.

A Direção