O designado comércio tradicional, aquele que nos habituamos a ver de porta aberta para a rua e de preferência com montra e vendedores atrás do balcão, tem sido ameaçado nos tempos mais recentes e às vezes condenado ao desaparecimento. Estas profecias têm a ver com os desígnios dos novos tempos, onde passaram a proliferar grandes áreas comerciais e, acima de tudo, as lojas on-line.
As grandes superfícies comerciais oferecem um sem fim de soluções, onde não falta o estacionamento e a climatização adequada à época do ano. Ir ao shopping é confortável, pois para além de horários alargados também servem de entretenimento e ajuda à passagem do tempo. Ao contrário do comércio tradicional, em que o vendedor tem e mantém com o cliente uma relação de proximidade, o contacto é mais distante, menos humanizado e em vez de se atenderem as pessoas, aviam-se os clientes.
Mesmo assim, o shopping consegue ser uma derivação do comércio tradicional com serviço de apoio ao cliente. Pode ser frio e indiferente, mas existe. Onde não há mesmo solução à vista é quando o consumidor opta pelo e-commerce, ou seja, fazer compras on-line. Todos sabemos que esta nova forma de relacionamento cresce a toda a hora e não há forma de a parar. Especialmente, quando as compras são dirigidas a setores de serviços tudo se aperfeiçoa e corre sem problemas. Seria já difícil de imaginar que para se comprar uma viagem de avião o passageiro teria de se deslocar, forçosamente, à companhia aérea ou a uma agência de viagens. O mesmo se passa com a marcação de dormidas num hotel. A internet veio facilitar a vida de toda a gente e o volume de negócios cresceu e ficou facilitado.
O mesmo já não se poderá dizer das compras de produtos pelo sistema on-line. Os artigos são vistos numa montra virtual e, neste caso, o cliente fica à mercê da seriedade da entidade vendedora. A fotografia nem sempre corresponde à realidade e o cliente arrisca-se a comprar gato por lebre.
Claro que nem tudo é mau, incorreto e de duvidosa seriedade. Mas o cliente on-line tem que estar duplamente atento às vigarices a que poderá sujeitar-se. Regra geral as compras on-line são pagas antecipadamente. Depois há que confiar no sucesso e na boa vontade. Através da net podemos apreciar muitas queixas das vítimas deste sistema. Em Portugal existe um Portal das Queixas somente para mostrar estes casos.
Se tem curiosidade veja o que se passa com as vendas on-line do portal Poupar Bem. O nome é apelativo, mas pelas queixas apresentadas é desaconselhável, pois é o melhor exemplo da velha máxima que diz que o barato sai caro. Isto passa-se num portal português, mas também pode acontecer aqui e em qualquer lugar, porque as vendas on-line não têm fronteiras e gente séria e gente má existe em todo o lado.
A Direção