Crise política chega aos Açores

O mês de novembro foi repleto de decisões no plano político a nível nacional e agora também a nível regional, embora por razões diferentes.

Desta vez, fiquemos pelas ilhas, que a nível nacional já muito foi dito. Dos Açores, quase poderíamos dizer que se trata da história de “um chumbo anunciado”, já que segundo o presidente do governo regional, as consequências da não aprovação e respectiva rejeição das propostas de plano e orçamento apresentadas, eram previsíveis.

Bolieiro que tinha afirmado que preferia uma segunda votação do que a hipótese de eleições antecipadas, acabou por sugerir ao Presidente da República as eleições, tentando assim antecipar uma decisão do povo. E na verdade, não é disto que se trata a democracia? A decisão do povo talvez seja, de facto, tudo o que basta, afinal cada país, cada região nada mais é do que o povo que nele habita. Agora já sabemos, depois da reprovação do Orçamento para 2024, com a previsão de ser dissolvida a Assembleia Legislativa Regional, que os açorianos vão a eleições no mês de fevereiro, como foi reclamado pela maioria dos partidos ouvidos pelo Presidente da República.

É quando as dúvidas e as incertezas se vão acumulando que nós, portugueses que somos, mostramos a nossa raça ao tomarmos as nossas decisões. No entanto, as boas escolhas e decisões amadurecem na calma e na paciência, sem esquecer a execução rápida que elas merecem para produzir os desejados efeitos.

Que esta quadra que agora começa, amacie os nossos corações e aclare as nossas mentes. Que as crises que se sucedem possam realmente ver um fim e de preferência baseado na decisão de todos nós. O que é preciso saber agora é que propostas vão os vários partidos apresentar ao eleitorado para reforçar a autonomia, já a caminho de meio século de existência, e quais as reformas necessárias para que o arquipélago siga o seu percurso de crescimento e maturidade social e política, de forma a combater as desigualdades que possam existir, com vista a prosseguir com o seu desenvolvimento económico-social e cultural.