O Canadá já ultrapassou os 800 mil infetados e estão a contabilizar dez mil mortes diárias. A chegada da mutação brasileira do vírus da Covid-19 à província de Ontário e o arranque lento da vacinação no país. Parece, na verdade, que quando tudo está mal, continua ainda pior.
Comecemos com estas novas estirpes – venha o diabo e escolha. Até há pouquíssimo tempo, apenas se conhecia a estirpe inglesa e, agora, já se fala numa mutação brasileira e sul-africana. Brincando com coisas sérias, mais parece uma anedota, onde num bar entra um inglês, um brasileiro e um sul-africano. Mas, na verdade, este enredo não tem piada nenhuma e tem preocupado cada vez mais os canadianos, que veem a luz ao fundo do túnel já bastante ofuscada. A estirpe brasileira tem um alto potencial de transmissão e, até agora, não há informações conclusivas que permitam dizer se resiste, ou não, à vacina.
E por falar em vacina, a imunização arrancou novamente, mas não tem doses suficientes para vacinar conforme o plano original. As autoridades provinciais e territoriais já administraram perto de 90% das vacinas distribuídas e não estão estipuladas datas para um novo carregamento da Moderna. E, até lá, como vai ser? A produção da vacina da PfizerBioNTech na Europa está atrasada por causa de uma melhoria da planta utilizada. Mas, e até lá, como vai ser? A vacinas com carimbo canadiano, as da Medicago e a nova PTX-COVID19-B, ainda estão por aprovar pela Health Canada. E, até lá, como vai ser? Na verdade, o Governo canadiano já veio garantir que o plano se mantém, mas os canadianos não estão a ler boas notícias ultimamente. Doug Ford falou recentemente com os órgãos de comunicação social étnicos, inclusive o CMC, e revelou-se aborrecido e preocupado esta situação.
É nesta altura que se aproxima o primeiro grande feriado após o Ano Novo, importante para muitos canadianos: o Dia da Família. Para os portugueses, este dia é celebrado a 15 de maio, mas o Canadá celebra-o na terceira segunda-feira de fevereiro, já no próximo dia 15. Como sabem, Dia da Família é dia de estar junto dos nossos e de quem mais gostamos. Infelizmente, este ano não vai ser possível fazer as tradicionais festas e piqueniques, mesmo ao ar livre. Ficamos por casa, abraçamos quem vive connosco e, para quem não o pode fazer, que faça uso das novas tecnologias. Se não formos conscientes até esta vaga passar, como vai ser?