CLIVAGENS NA GUINÉ-BISSAU MARCAM PRESIDENCIAIS

guine bissauA evidência de clivagens no seio dos partidos da Guiné-Bissau ficaram vincadas durante a campanha eleitoral para as eleições de domingo com dirigentes e militantes de um partido a apoiarem candidatos de outros quadrantes.
A situação tornou-se mais visível com o aproximar do dia da votação e é mais notória no interior dos dois principais partidos guineense, o PAIGC e o PRS, vendo-se nos comícios apoiantes com adereços do partido que apoiam nas legislativas, mas também com material de um candidato presidencial de campo adversário.
Já no Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) há sedes de campanha que ostentam cartazes do partido ao lado de propaganda de um candidato, regra geral, independente, caso de Paulo Gomes, que muitos apoiantes do PAIGC colam nas suas tarjas de campanha, como se fosse apoiado pelo partido, quando o candidato apoiado pelo PAIGC às presidenciais é José Mário Vaz (conhecido por Jomav).
A dissidência nos apoios é mais notada entre os jovens que não pretendem obedecer à disciplina dos partidos e nas redes sociais há casos em que os rostos de Paulo Gomes e de Domingos Simões Pereira aparecem já como os salvadores da Guiné-Bissau.
Esta divergência também se manifesta no campo do Partido da Renovação Social (PRS) com vários destacados dirigentes a apoiarem publicamente a candidatura de Nuno Nabian, um independente que era suportado pelo falecido ex-presidente guineense Kumba Ialá, contra o candidato oficial do partido, Abel Incada.
O próprio Kumba, que morreu vítima de doença súbita na sexta-feira, apelava ao voto no PRS (para as legislativas) e em Nuno Nabian para as presidenciais no que é seguido por vários dirigentes e simpatizantes.