A China rejeitou hoje as acusações de Washington, Ottawa e outros aliados ocidentais de que Pequim é a culpada por uma invasão cibernética no sistema de e-mail Microsoft Exchange e queixou-se de que entidades chinesas são vítimas de ataques cibernéticos nos EUA.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China exigiu que Washington retirasse as acusações anunciadas na passada segunda-feira contra quatro cidadãos chineses, acusados de trabalhar com o Ministério da Segurança do Estado para tentar roubar segredos comerciais, tecnologia e pesquisa de doenças dos EUA.
O anúncio de que o Governo de Biden e aliados culpam formalmente os hackers vinculados ao Governo chinês pelos ataques aumentou a pressão sobre as reclamações de longa data contra Pequim, mas não incluiu quaisquer sanções. O ministro das Relações Exteriores do Canadá, Marc Garneau, também o ministro da Segurança Pública, Bill Blair, e o ministro da Defesa, Harjit Sajjan, disseram que as autoridades estão confiantes de que o Ministério da Segurança do Estado da China foi responsável por comprometer os servidores.
A China é líder em pesquisas de guerra cibernética junto com os Estados Unidos e a Rússia, mas Pequim nega as acusações de que os hackers chineses roubam segredos comerciais e tecnologia. Especialistas em segurança dizem que o ministério militar e de segurança também patrocina hackers fora do Governo.
A Microsoft Corporation culpou os espiões chineses pelo ataque ao Microsoft Exchange, que comprometeu dezenas de milhares de computadores em todo o mundo.
O porta-voz chinês, entretanto, acusou a Agência Central de Inteligência dos EUA de realizar ataques de hackers a instalações de pesquisa aeroespacial da China, indústria de petróleo, empresas de internet e agências governamentais durante um período de 11 anos.