CEOS DE TOPO GANHARAM MAIS ONTEM DO QUE O CANADIANO MÉDIO DURANTE TODO O ANO

J. Michael Pearson presta declarações no Capitólio, em Washington - 27 de abril de 2016. (Manuel Balce Ceneta/AP)
J. Michael Pearson presta declarações no Capitólio, em Washington - 27 de abril de 2016. (Manuel Balce Ceneta/AP)
J. Michael Pearson presta declarações no Capitólio, em Washington - 27 de abril de 2016. (Manuel Balce Ceneta/AP)
J. Michael Pearson presta declarações no Capitólio, em Washington – 27 de abril de 2016. (Manuel Balce Ceneta/AP)

Os CEOs mais bem pagos do Canadá, estima-se, iriam ganhar mais antes do horário de almoço de terça-feira (ontem) do que o rendimento médio do trabalhador durante todo o ano de 2017, aponta um relatório divulgado por um grupo de especialistas que acompanha a remuneração dos executivos.
O Canadian Centre for Policy Alternatives estimava que este ano o grupo de elite de executivos-chefe ganharia o salário médio canadiano a tempo inteiro às 11h47 no primeiro dia útil para muitos canadianos. No ano passado, teria levado até às 12h18, indicava o relatório.
Hugh Mackenzie, um economista de Toronto, que escreveu o relatório, disse que a analogia temporal é uma maneira poderosa de ilustrar um fosso crescente entre o que os altos executivos recebem e o que os trabalhadores canadianos médios ganham.
O relatório deste ano, baseado em informações divulgadas por empresas canadianas negociadas publicamente em 2016, estima que a remuneração média dos 100 principais CEOs foi de 9,5 milhões de dólares em 2015 – 193 vezes o salário industrial médio anual de 49 510 dólares. Isso fica acima de 8,96 milhões de dólares em 2014 – 184 vezes o salário industrial anual médio desse ano.
Mackenzie disse que o problema reside na forma como os CEOs são pagos – muitas vezes com bolsas de ações e opções de ações que podem levar os executivos a tomar decisões que irão recompensá-los no curto prazo e não a empresa ou o público em geral.
Ele sugere que Otava deve nivelar o campo de jogo, terminando com uma isenção de impostos para receitas de opções de ações.
Mackenzie disse que a tendência para uma maior remuneração do CEO tem sido bastante consistente ao longo dos anos, independentemente de recessões económicas mais amplas ou tentativas dos acionistas para ter algo mais a dizer no que concerne ao pagamento dos executivos.
Mas ele observou que sempre parece haver pelo menos um ou dois CEOs, anualmente, que estão muito à frente dos outros, possivelmente distorcendo as médias gerais no Top 100.
A maior parte do aumento anual no relatório de Opções de Política foi devido a uma pessoa – Michael Pearson, ex-CEO da Valeant Pharmaceuticals, que saltou para o primeiro lugar com 182,9 milhões de dólares de compensação em 2015, em relação à posição nº 15, com pouco menos de 11,35 milhões de dólares em 2014.
A ascensão de Pearson deveu-se, principalmente, a 179,4 milhões de dólares em compensação de ações em 2015, ano em que a empresa de Laval, Québec, foi, a certo ponto, a mais valiosa do Canadá.
Desde então, a Valeant perdeu mais de 90% do seu valor de mercado após uma série de problemas, incluindo investigações dos EUA sobre os aumentos de preços de alguns dos seus medicamentos que surgiram antes da partida de Pearson, no início do ano passado.
Fonte: Canadian Press