BOA CAMA E BOA MESA

Portugal visto de fora é identificado, essencialmente, por futebol, vinho, azeite, imóveis, turismo, cortiça e em resumo um País tranquilo, onde se vive bem e que oferece boa cama e boa mesa.

Toda esta imagem ainda se mantém apesar dos grandes avanços dos últimos tempos em áreas tão distintas como as tecnologias de informação, a industria automóvel, a industria farmacêutica e outras ligadas ao vestuário e ao calçado. Lisboa e Porto passaram a fazer parte dos circuitos da moda.

Depois das maiores dificuldades e de um período de retração que todos se lembram, mas não querem ou evitam recordar, a economia do País começa a dar sinais de recuperação, verificando-se uma baixa considerável no desemprego (atualmente cerca de 10 por cento), um ligeiro aumento no consumo e crescimento das exportações, ao mesmo tempo que se mantém controlada a inflação.

Desta forma parecem criadas as condições para um maior interesse do investimento estrangeiro. No entanto, a grande aposta parece ser, ainda, na compra de habitação, o que equivale a dizer que os preços das casas em Portugal começaram e continuam a subir. Esta tendência é referenciada pelo Instituto Nacional de Estatística e, pelos últimos dados disponíveis referentes ao primeiro trimestre deste ano, somente a região do Alentejo continua com valores sem aumentos e nalguns casos abaixo dos preços de mercado.

Lisboa, Madeira e Algarve lideram a procura e consequente subida dos preços, com valores acima dos 6 por cento. Para se ter uma ideia, Lisboa está perto dos C$ 2.800 por m2; o Algarve pratica valores próximos dos C$ 2.200 por m2; e a Madeira cerca de C$ 1.650 por m2. Os valores referem-se à área construída, pelo que uma vivenda terá custos diferenciados entre a área construída e o terreno envolvente.

Sabe-se que a economia portuguesa começa a mexer e que para o sucesso e benefícios de todos tem que se começar por qualquer lado. Os grandes investimentos imobiliários que recomeçaram a marcar a agenda das operações são sempre de aplaudir, mas é necessário criarem-se as condições de sustentabilidade para suportar o crescimento, de forma a que tudo isto não venha a ser mais uma bolha. Espera-se que não.

Os últimos grandes investidores em Portugal são os franceses, que fruto das condições atuais que se vivem em França estão a desviar recursos para outros países e, neste caso, Portugal. Também as novas gerações de jovens portugueses altamente preparados e qualificados estão a ficar mais atentos ao que se passa em Portugal e fruto do empreendedorismo a que se dedicam estão a ajudar a transformar Portugal.

A Direção