Biden no Canadá: Presidente dos EUA discursou no parlamento, Rússia, China, Haiti, Imigração Ilegal e drogas no foco do líder

FOTO: JUSTIN TRUDEAU TWITTER
FOTO: JUSTIN TRUDEAU TWITTER

Terminou, na passada sexta-feira, a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Canadá. Foi a primeira ao aliado mais próximo desde que assumiu o cargo. O líder da Casa Branca e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, assinaram um acordo que vincula os dois países a controlar a imigração ilegal. A situação no Haiti, as relações com a China e a situação da Ucrânia também estiveram em cima da mesa. Vamos perceber o que foi dito pelos dois líderes da América do Norte, num breve resumo.

“É um grande prazer ter um grande amigo aqui”, começou por dizer o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, no recinto do Parlamento em Ottawa em relação ao convidado de honra: Joe Biden.

Durante o discurso na Câmara dos Comuns, o presidente dos EUA foi várias vezes aplaudido, em particular quando elogiou o empenho dos dois países no apoio à Ucrânia.

Por sua vez Justin Trudeau disse que o Canadá, que forneceu a Kyiv artilharia, munições, armaduras e tanques, continuava comprometido com a causa da Ucrânia.

“Como bem sabe, Sr. Presidente, o Canadá continuará a ser forte com a Ucrânia, com tudo o que for preciso”, disse Trudeau.

Os Estados Unidos e o Canadá, disse Biden, são “dois povos que partilham um coração. E em caso de desacordo, procuram resolver os seus problemas com amizade e boa vontade”.

Joe Biden anunciou ainda, na visita de pouco mais de dia e meio em Ottawa, que o Canadá e os Estados Unidos “trabalharão juntos para desencorajar a travessia ilegal” da sua fronteira partilhada, um tópico muito debatido na política canadiana.

Diante do Parlamento canadiano, Joe Biden também saudou o compromisso do Canadá de acolher regularmente 15 mil migrantes de todo o continente americano.

O acordo sobre requerentes de asilo aplica-se agora a toda a fronteira e não apenas aos pontos de entrada oficiais. Isso significa, portanto, o encerramento imediato da via Roxham, no Quebec, um ponto de passagem não oficial por onde cerca de 40 mil migrantes contornaram em 2022.

“Nos Estados Unidos, estamos a expandir os canais legais de migração de forma segura com base humanitária, enquanto desencorajamos a migração ilegal, que alimenta a exploração e o tráfico de pessoas”, continuou Joe Biden no parlamento.

Sobre a crise no Haiti, os dois países vão contribuir com formações para apoiar a polícia local. Justin Trudeau falou em ajudas na ordem dos 100 milhões de dólares. Biden não anunciou nenhuma força militar internacional no apoio às tropas locais.

Os dois países prometeram investir no Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD). Canadá e Estados Unidos também vão unir forças no combate ao tráfico de drogas sintéticas.

A questão da China veio à tona. Já em conferência de imprensa, Joe Biden e Justin Trudeau “tomam nota dos graves problemas que a China representa a longo prazo para a ordem internacional” e comprometem-se a lutar contra toda a “interferência” estrangeira. Sobre a reunião recente em Moscovo, entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping, Joe Biden considera: “Há três meses que ouço dizer que a China vai fornecer armas significativas à Rússia. Isso não significa que não o façam, mas ainda não o fizeram”, considerando exagerados os relatos de aproximação entre os dois países.