BANCA FINANCIA MAIS AS FAMÍLIAS E EMPRESAS

Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa
Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa
 Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa
Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa

Sete em cada cem euros pedidos pelos portugueses à Banca não são pagos. Com a crise económica, há cada vez mais dificuldades das famílias e empresas em honrarem os empréstimos bancários: o crédito mal parado voltou acrescer e a renovar máximos em abril, com 16,7 mil milhões de euros que dificilmente a Banca vai recuperar.
Os números provisórios do Banco de Portugal, que foram ontem disponibilizados, mostram um aumento do crédito de cobrança duvidosa no empréstimo para habitação. Subiu 26 milhões de euros, entre março e maio deste ano, para os 2286 milhões, o que representa quase metade do mal parado das famílias portuguesas em abril.
Mesmo assim, a Banca está a emprestar mais dinheiro aos portugueses. Foram 4,5 mil milhões de euros em abril, uma subida de 6 por cento face ao financiamento em março. A fatia de leão deste crédito foi para as empresas – cerca de 3959 milhões –, com as famílias portuguesas a receberem 585 milhões emprestados. Os bancos têm sido cada vez mais criteriosos no momento de emprestar, e esse crédito está mais caro. A Banca tem dificuldades em financiar-se no estrangeiro, mas está a aliviar a dependência do Banco Central Europeu. Eram 49,8 mil milhões de euros em maio que os bancos nacionais tinham ido buscar a Frankfurt, em plena crise no Chipre, que lançou o pânico nos depositantes.