Os trabalhadores da Canada Revenue Agency (CRA) querem um aumento salarial “sem precedentes” de mais de 30% ao longo de 3 anos
Os defensores dizem que o aumento é mais necessário do que nunca, os críticos dizem que é “uma extração” aos contribuintes
O sindicato que representa os trabalhadores da Canada Revenue Agency está a propor uma série de aumentos salariais no valor de mais de 30% dos salários atuais para acompanhar a inflação, um movimento descrito pelos observadores como “sem precedentes” e “louco”.
A União dos Trabalhadores Fiscais (UTE) propõe os seguintes aumentos salariais, para além de um ajustamento salarial único de nove por cento:
- 4,5% efectivo a partir de 1 de Novembro de 2021.
- 8% em vigor a partir de 1 de Novembro de 2022.
- 8% em vigor a partir de 1 de Novembro de 2023.
Quando combinados ao longo de três anos, os quatro aumentos propostos resultariam num aumento salarial “histórico” para a maior força de trabalho do serviço público federal, com quase 55.000 funcionários em 2022, disse o presidente do sindicato, Marc Brière.
Brière disse que a proposta visa abordar um desequilíbrio entre os funcionários da CRA e a Agência de Serviços de Fronteira do Canadá (CBSA), que tem aproximadamente 14.000 funcionários.
As duas agências costumavam funcionar como apenas uma entre 1999 e 2003, onde os funcionários eram pagos à mesma taxa. Uma vez que se tornaram independentes uma da outra, criou uma diferença salarial de nove por cento porque a CBSA utiliza a Lei dos Impostos Especiais de Consumo.
A partir de 2021, os salários na CRA variaram entre 41.658 e 121.923 dólares, em comparação com a CBSA que varia entre 64.849 e 135.509 dólares.
A proposta surge numa altura em que o Provedor de Justiça dos Contribuintes do Canadá está a tratar de uma quantidade histórica de queixas públicas sobre o CRA devido a atrasos no pagamento a pessoas que recebem benefícios, declarações de impostos e acesso às contas do CRA.
É um grande pedido no centro de negociações tensas entre o sindicato e a direcção da CRA, que não conseguiram chegar a um acordo colectivo.
A UTE anunciou a votação para uma greve nacional no início deste mês, que terá lugar de 31 de Janeiro a 7 de Abril.
Do outro lado da mesa de negociações, a direcção da CRA diz que a proposta salarial seria dispendiosa para os contribuintes e que a ameaça de uma greve durante a época fiscal exerce uma pressão injusta sobre os canadianos.
O sindicato e a CRA estão agendados para participar nas audições da Comissão de Interesse Público em 27 de Janeiro e 20 de Fevereiro com o Conselho Federal de Relações Laborais e Emprego do Sector Público.
Espera-se que o conselho apresente recomendações sobre como as duas partes podem chegar a um acordo nesta primavera, mas as recomendações não são vinculativas.