ATAQUES VIOLENTOS A ALDEIAS NA NIGÉRIA FAZEM DEZ MORTOS

Boko HaramAlegados membros do movimento radical, Boko Haram atacaram e saquearam durante o dia de sábado duas aldeias no nordeste da Nigéria, matando pelo menos dez pessoas perto Chibok, a cidade onde as mais de 200 estudantes foram sequestradas pelo movimento islâmico há mais de dois meses.

O relato de vários moradores e de alguns agentes das autoridades locais revelam que o ataque durou 9 horas e estendeu-se durante a noite com bombardeamentos feitos por aeronaves militares.

No mato perto dos povoados de Kwaranglum e Tsaha foram recolhidos dez corpos baleados, mas ao longo deste domingo prosseguem as buscas para despistar outras vítimas, pois noutros ataques várias pessoas foram assassinadas enquanto fugiram para Chibok.

Os habitantes e as autoridades locais locais esperam que a situação acalme para ir às aldeias tentar encontrar corpos e um residente de Kwaranglum afirma que “Há muitos corpos espalhados no meio do mato, porque os atacantes perseguiram as pessoas que se refugiaram em zona de selva e mataram-nas aí mesmo”, garante Daniel Haruna, um dos fugitivos que chegou a Chibok.

Várias testemunhas afirmam que se tratou de uma acção de vários homens armados, vestidos com uniformes militares que invadiram e queimaram totalmente as duas aldeias, matando habitantes que tentaram fugir.

Um habitante de Chibok acrescentou que o fogo era visível à distância, Mark Enoch tem filha e sobrinha entre as alunas raptadas por um grupo armado do Boko Haram no dia 14 de abril.

Um rapto que causou indignação na Nigéria e noutros lugares do mundo, sendo que ainda não há notícias do destino de 219 das 276 raptadas.

O ataque de sábado começou quando o grupo de atacantes chegou a Kwaranglum de veículos todo-o-terreno e motos às 7:00 (0600 GMT), abrindo fogo indiscriminadamente sobre as pessoas, incendiando casas e perseguindo os aldeões que tentaram fugir para o mato.

Depois, seguiu-se o ataque por via aérea de aviões militares que lançaram bombas sobre os locais.

Este duplo ataque foi aparentemente uma retaliação pela morte na terça-feira de oito militantes do Boko Haram, atribuído a uma milícia de auto-defesa de Kwaranglum.

O exército nigeriano lançou há mais de um ano uma grande ofensiva em três estados do nordeste bastiões da Boko Haram, incluindo Borno, onde está localizado Chibok, para travar a violência islâmica que já dura há cinco anos e custou até agora milhares de vidas, mas a violência continua quase que diariamente, pois agora confrontam-se milícias armadas formadas pelo próprio exército nas aldeias para lutarem contra os radicais islâmicos.

Só na sexta-feira foram registados cinco ataques a aldeias de nordeste, apontando o balanço final para dez mortos e 15 mil desalojados, sendo que dois dias antes, a polícia nigeriana tinha aconselhado a população a evitar manifestos dos fãs de futebol durante os jogos do Mundial do Brasil, em lugares públicos, depois de um ataque atribuído a essa motivação que matou 21 pessoas no norte do país, tendo o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, descrito repetidamente que o futebol é uma perversão do Ocidente para repelir a religião muçulmana.

A tensão aumenta com a perspetiva de eleições marcadas para fevereiro de 2015, onde espera-se que que seja eleito presidente, Goodluck Jonathan.