ASSIM VAI PORTUGAL

Hoje termina a Volta a Portugal em bicicleta, uma competição que anima sempre o Portugal mais desconhecido, transportando o melhor colorido para as estradas e povoações esquecidas. Pena é que grande parte do cenário seja o reflexo dos incêndios que têm massacrado o País durante este Verão. A Liga de Futebol do campeonato português está a dar os primeiros passos, com uma ou outra curiosidade, mas ainda longe de surpreender os demais. Outras modalidades começam também a animar os fins de semana, como sendo verdadeiros palcos de espetáculos desportivos.

Enquanto isto, o turismo continua a bombar, ao ponto de se posicionar de forma decisiva nos resultados da economia portuguesa. Já representa 7% do Produto Interno Bruto e pelas indicações recentes a influência tenderá a crescer. Não para de aumentar o número de hóspedes e o número de dormidas em unidades hoteleiras e tudo mexe de forma ordenada.

Para além das visitas de lazer, regista-se um crescente aumento de eventos de dimensão mundial e que escolhem Portugal para palco de todas as atenções. Para além do que temos noticiado, Lisboa volta a ser, este ano, o centro de muitos eventos importantes de caracter internacional e que arrastam sempre muitos milhares de pessoas. E ao contrário do turismo, que não exige grandes formações, este tipo de eventos são, por vezes, tão especializados que lançam o País a pensar e a formar-se melhor. O grande exemplo está no desenvolvimento das novas tecnologias, que Portugal soube agarrar e tirar disso o melhor proveito.

Tudo acontece, ao mesmo tempo que as Universidades e o ensino de forma geral, em Portugal, cresce e posiciona-se bem no ranking internacional. Hoje, o ensino é uma competição universal, não bastando estudar e aprender. As Universidades concorrem entre si para darem garantias de sucesso aos alunos. Portugal, neste aspeto, tem desenvolvido um trabalho muito discreto e os resultados estão agora à vista.

De acordo com os rankings do prestigiado Finantial Times, Portugal tem duas Universidades entre as 25 melhores europeias: são a Universidade Católica e a Universidade Nova. Em termos comparativos, passa-se o mesmo com a Alemanha e a Itália apenas tem uma. Nada disto era expectável há uma década atrás.

O turismo, por exemplo, sempre existiu, mas nunca como agora. Finalmente, parece ter-se alcançado a melhor ligação entre o dinamismo do turismo e as práticas de outros ramos de atividade. Deixou-se de trabalhar cada um por si e passou-se às práticas da organização com resultados positivos para todos.

O desemprego continua a tendência de baixar e há zonas do País onde já se regista falta de mão de obra. O turismo absorve tudo e faz movimentar toda a economia. Enquanto assim for está tudo feliz, mas há já quem comece a chamar a atenção para os elevados riscos que se correm, quando se faz depender o sucesso de um só setor da economia, como é agora o caso do turismo. A sazonalidade está mais esbatida, mas não desaparece na totalidade e isso pode obrigar a pensar-se em outras alternativas mais duradouras e estáveis. No final do ano faz-se o balanço e, provavelmente, os incêndios vão destruir as contas que prometiam ser boas.

JP