ASSIM VAI A AMÉRICA LATINA

A coisa está preta em muitas partes do mundo devido à corrupção que mina o poder político. A Justiça tomou conta da atualidade e a qualquer momento tomamos conhecimento de mais e incessantes escândalos por suspeitas de enriquecimentos ilícitos, fraudes e branqueamento de capitais.

O mundo está a ficar desconcertante, mas há países que abusam e caminham para o abismo como se essa fosse a prática normal. O Brasil mergulhou na maior crise de sempre, com diversos políticos, de todos os quadrantes, a serem investigados por corrupção. Parece que ninguém escapa às suspeitas de ligação a fraudes, por mais que se tente alindar este ou aquele setor.

Primeiro, foi a triste figura do Parlamento, com a exibição das declarações de votos dos deputados com vista à destituição da Presidente Dilma. Em cada expressão era visível o atraso cultural e sócio político dos representantes do povo brasileiro. Os apelos a Deus e à Família foram bem elucidativos desse atraso. Dilma, que estava sujeita ao impeachment sem acusação, agora também já é suspeita, tal como o seu antecessor, Lula da Silva e o seu principal opositor nas últimas eleições, Aécio Neves. Acreditar em quem?

Na Argentina, a Justiça caiu em cima da ex-Presidente, Cristina Krischner, por suspeitas de ter beneficiado do seu poder político para alcançar a fortuna que conseguiu reunir. Por mais voltas que se dê, tudo aponta no mesmo sentido: os exercícios de cargos políticos convidam à fraude e à corrupção e, pior ainda, quando são desenvolvidos com baixas remunerações. É uma tentação que parece não ter fim, em que muitos arriscam na expetativa de nunca serem descobertos. Mas as malhas da Justiça estão, hoje, mais apuradas que nunca e em sintonia internacional, de forma a combater eficazmente estes excessos e a castigar os prevaricadores.

Em plena sintonia com todas estas desgraças, a Venezuela vive um caos total. A crise está a atingir proporções alarmantes e tudo aponta para uma possível guerra civil. Viver na Venezuela já se tornou insustentável. Os bens essenciais começaram por escassear e hoje não só rareiam como pura e simplesmente faltam. Não há eletricidade, nem água, nem comida, nem medicamentos e os roubos e pilhagens são constantes. A autoridade do Estado não existe e o Presidente convida a população a revoltar-se caso outras forças políticas tentem chegar ao poder, mesmo que seja com a intenção de repor a normalidade no País.

A verdadeira dimensão da violência não é bem conhecida. O Governo limita-se a anunciar medidas que julga serem as mais populares e do agrado geral, como não ser preciso trabalhar, e aumenta os funcionários do Estado em 30 por cento. Isto é um autêntico paradoxo como nunca visto. Em contrapartida, a inflação ultrapassa os 750 por cento e a polícia defende em primeiro lugar o regime, reprimindo todos os opositores ao status quo, o que significa todos os que pretendem ver um País normal. A guerra civil está a chegar.

A Direção