AMÉRICO, AMÉRICA

Antes de Cristóvão Colombo, Vasco da Gama ou de Pedro Álvares Cabral, só eram conhecidos três continentes: Europa, Ásia e África. Quando Colombo chegou, em 1492, ao território que, hoje, se chama República Dominicana, e ter acreditado que chegara à Índia, navegando para Ocidente, quis fazer crer que tinha atingido a extremidade oriental do continente asiático. Esse equívoco perdurou por algum tempo, embora os portugueses soubessem que isso seria impossível, pois tudo o que se contava dessa terra e o que daí se trazia, nada tinham a ver com o conhecimento que já se tinha sobre a Ásia e, mais propriamente, sobre a Índia.

O grande defensor da teoria de Colombo foi Paolo Toscanelli, um astrónomo e geógrafo italiano, que tentou por várias vezes influenciar a corte portuguesa sobre essa realidade. Nessa época, estavam vedados os caminhos por terra para se chegar ao Oriente, dada a permanente ameaça do mundo muçulmano sobre o cristianismo. A única maneira era chegar via marítima. Colombo vivia, nessa altura, em Lisboa e tomou conhecimento das pretensões de Toscanelli junto de D. Afonso V e do seu filho D. João II. E foi com esse plano que se apresentou aos reis de Castela e Aragão para financiarem a sua expedição.

Quando em 1494, os reis de Portugal e de Castela e Aragão assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo, já havia conhecimentos sobre novos territórios, mantidos em segredo. Espanha queria que a linha divisória passasse a 100 milhas a oeste de Cabo Verde. Portugal insistiu nas 370 milhas. O Papa Alexandre VI era espanhol e teria de decidir. E decidiu de acordo com a vontade portuguesa. Fruto desse acordo, todo o Brasil ficou pertença de Portugal, bem como o domínio dos mares do Sul e que davam acesso à verdadeira rota da Índia.

Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil em 1500, dois anos depois de Vasco da Gama ter, finalmente, atingido a Índia e daí trazer as famigeradas especiarias. Significava, então, que os portugueses já sabiam que tanto as terras descobertas por Colombo como por Cabral nada tinham a ver com o Oriente. Foi por essa altura que outro geógrafo e explorador de oceanos, Américo Vespúcio, de ascendência italiana, e cuja vida se dividia entre Lisboa e Sevilha, decidiu embarcar e estudar mais e melhor todas as descobertas realizadas.

Américo Vespúcio concluiu que se estava perante um novo mundo. Ele tinha toda a razão, pois até ao extremo sul da Patagónia não havia qualquer passagem. Os portugueses sabiam disso pelos conhecimentos adquiridos e pelas realidades diferentes que já tinham entre a Índia e o Brasil. Estava-se perante uma nova realidade, ou melhor, um novo continente por explorar. Depois de se chamar Novo Mundo, decidiu-se atribuir a essa terra o nome do seu mentor – Américo. A derivação para América aconteceu apenas porque os continentes são terras femininas.

É neste grande continente americano, ainda designado de Novo Mundo e descrito por um Américo, que existem três grandes países: Canadá, Estados Unidos e Brasil.

A Direção