AJUDA EXTERNA: FINANÇAS ACUSAM FMI DE OMITIR “ENORME CUSTO SOCIAL” DO PROGRAMA DE AJUSTAMENTO

LusaRedação, 22 set (Lusa) — O Ministério das Finanças reagiu hoje à avaliação do FMI ao Programa de Ajustamento recordando o “enorme custo social” e a “emigração em massa de 400 mil portugueses” que implicou, mas que o Fundo “omite” no relatório final.

“Quando o FMI [Fundo Monetário Internacional] classifica o Programa [implementado entre 2011 e 2014] como um ‘sucesso qualificado’, o Governo opta antes por promover uma avaliação mais detalhada do Programa. Se é certo que Portugal garantiu o acesso aos mercados e logrou alcançar excedentes orçamentais primários fê-lo à custa de grandes sacrifícios sociais e do tecido empresarial. Uma situação agravada pelo estado do setor financeiro”, lê-se numa nota divulgada pelo ministério.

Recordando que “os anos de 2011 a 2014 foram de grande sacrifício para a maioria dos portugueses, sobretudo para os mais jovens e para aqueles com menores rendimentos”, o Ministério das Finanças sustenta que, “embora o Programa de Ajustamento não tenha alcançado os ganhos de competitividade ou o fomento do crescimento sustentável, como o FMI desejaria, o sacrifício dos portugueses não pode ser desrespeitado”.