A VIDA VAI MELHORAR

Que tem a ver o Natal com o nascimento de Cristo? Tem tudo, mas pelo meio e no seio da própria comunidade cristã sempre houve muita contestação, controvérsia e críticas. Neste mundo ocidental, o nosso, estamos a comemorar uma quadra festiva que muitos poucos questionam e que está fortemente enraizada na nossa cultura. Embora as datas dos cristãos não sejam coincidentes, variam entre o 25 de dezembro para os católicos e o 7 de janeiro para os ortodoxos, os ingredientes são os mesmos: presépios, árvores, luzes, ceias, cartões festivos, músicas adequadas, receitas especiais, muitas prendas e, claro, o Pai Natal.

Esta época é recheada de dias bastante ativos para os negócios de comércio. Ao fim ao cabo é este o Natal que todos conhecemos, que respeitamos e cuja tradição continuamos a passar. É uma grande festa da igreja católica, mas que não foge às atenções mais mordazes de muitos críticos que classificam o Natal como um festival papal sem justificação bíblica. De facto, a ligação do Natal a Cristo apenas se deu no século IV, pois até essa altura esta época do ano servia para assinalar o nascimento anual do Deus do Sol, no solstício de inverno.

Dizem os evangelhos que Jesus Cristo nasceu numa manjedoura, em Belém e de uma mãe ainda virgem. Está escrito que uma estrela conduziu todos até Belém para o visitarem e adorarem, trazendo-lhe prendas. Esta tradição das prendas está ligada à mítica e mais famosa figura das festividades: o Pai Natal ou Santa Claus, ou São Nicolau. Nicolau foi bispo no século IV em território que hoje se situa na Turquia. Era conhecido por ajudar as crianças. Mais tarde e ao longo dos séculos tornou-se prática de muita gente vestir-se de bispo, à moda de São Nicolau, e oferecer prendas às crianças. A data inicial era o dia 6 de dezembro. A Europa importou esta tendência e ainda hoje há locais, como o Benelux, em que as prendas são dadas a 6 de dezembro.

Com o passar dos tempos tudo se foi adaptando às novas realidades e as vestes de São Nicolau deram lugar às roupas que conhecemos hoje do Pai Natal, uma figura que foi trajada de vermelho a partir de uma campanha publicitária da Coca-Cola. Antes desta imagem moderna criada em Nova Iorque, já a Igreja tinha transformado o São Nicolau em Menino Jesus. Foi nessa reforma protestante do século XVI que a data para as entregas das prendas passou para o dia de Natal tal como hoje celebramos. Todo este trajeto está recheado de estórias, nem sempre coincidentes entre si e que nos fazem pensar. Por exemplo, o facto de ter havido muitos momentos em que a própria Igreja proibiu a celebração desta data.

Seja como for e apesar de todas as vicissitudes da História, o Natal é visto e respeitado como a quadra da família e em que todos se devem ajudar. Enquanto assim for, vamos respirando paz e acreditando que a vida vai melhorar.

A Direção