A ressurreição da saúde mental

Correio da Manhã Canadá

Entramos na Semana Santa ou, como já foi usual dizer, na Semana Maior. E para muitos vai ser gigantesca, quer seja pela entrega quer seja pela receção. Já lá vamos.

O Canadá prepara-se para receber mais de 3 milhões de doses da vacina contra a Covid-19: 1 milhão da Pfizer e da BioNTech, 1 milhão e meio de vacinas da AstraZeneca e 600 mil da Moderna. O caminho é longo, mas a vacinação continua a todo o gás num país em que mais de 11% da população já recebeu, pelo menos, uma dose da vacina contra a Covid-19.

Quem ainda não recebeu qualquer dose, tem de ficar em casa, parafraseando o slogan mais batido da pandemia, “stay at home”. A luta diária é tanto física quanto mental. E alguns imigrantes que o digam: longe de casa, longe dos abraços, do conforto. A quem recorrer? Nestas alturas, o apoio de um especialista pode ser o ponto de partida, ainda mais quando se sabe que a Health Canada acabou de anunciar em conferência de imprensa que vai suspender a AstraZeneca a pessoas com menos de 55 anos. São volte-faces que custam a digerir e que geram desconfiança.

Em Ontário, por exemplo, Christine Elliot, ministra da saúde da província fez questão de brindar os falantes de língua portuguesa com uma ressurreição antecipada. A saúde mental é crucial (mais do que nunca, agora) no Canadá nas mais variadas línguas maternas, seja em inglês, francês, seja em português. Pode a administração do Toronto Western Hospital sacrificar a clínica de psiquiatria para pacientes cuja língua materna é o português que o Governo de Ontário vai em busca da solução. Cá entre nós, Christine Elliot, em bom português dizemos-lhe: obrigado.

A ressurreição que os falantes de língua portuguesa agradecem, numa semana que está obviamente marcada pelas cerimónias pascais, diferentes daquelas que o, caro leitor, sempre conheceu. Pelo segundo ano consecutivo são estritamente virtuais. Em Toronto festeja-se com um bom treino em casa. Basta uma câmara, ligação à internet, ao zoom et voilà. Em Brampton, a autarquia local prepara-se para as mais variadas ofertas. Uma delas até vale um prémio em dinheiro. Já em Mississauga os dias festivos resumem-se a causas solidárias, como sempre dignas do nosso mais sincero aplauso. Talvez isso tenha contribuído para que Mississauga seja reconhecida como a oitava cidade mais aberta de toda a América do Norte.

Todos estes apoios autárquicos são uma lufada de ar fresco para aqueles que ficam em casa, sem ideias para uma Páscoa feliz e saudável. Recomendamos que as acompanhe, mais à frente no nosso jornal.