A NOVA NORMALIDADE

Correio da Manhã Canadá

Mais de cinco meses separam a data de publicação deste jornal do anúncio dos primeiros casos de SARS-CoV-2 em Portugal e no Canadá. Em território canadiano, o alerta foi dado no dia 25 de janeiro, com o registo da primeira infeção presumível num homem de cerca de 50 anos, regressado de Wuhan. Já em terras portuguesas, a primeira confirmação veio mais tarde, a 2 de março, com a notícia de um médico de 60 anos infetado, que acabara de regressar do Norte de Itália.

Pensar em todas as mudanças que se verificaram nas nossas vidas desde esses dias é um exercício de estupefação. De um momento para o outro, fomos obrigados a ficar em casa. Assistimos, sem qualquer aviso, ao “açambarcamento” de papel higiénico, à subida em flecha dos preços de desinfetantes, aos despedimentos em massa, ao fim de hábitos que dávamos como adquiridos, à quebra da economia, ao medo de ficar infetado.

Entre mudanças abruptas e até então impensáveis, o regresso à normalidade foi-se fazendo, aos poucos. Na data em que escrevemos este texto, já não assistimos às prateleiras de supermercado vazias ou aos restaurantes fechados, mas sim a uma tímida tentativa de voltarmos ao que éramos, ainda que com a certeza de que – pelo menos tão cedo – nada será igual.

É interessante observar como a presença do novo coronavírus passou a fazer parte desta nova normalidade. Se no início o uso de máscara era encarado com estranheza e um certo sentimento de absurdo, passou agora a naturalmente integrar o nosso quotidiano. A máscara, objeto eminentemente descartável, ganhou o estatuto de bem perene, com cada vez mais empresas a investirem em cores, padrões e feitios que assegurem não só a estética, mas também a segurança permanente dos seus portadores.

E assim chega o mês de agosto. Um verão que já está certamente a ser vivido de forma diferente, mas com a tranquilidade que a conformação e a habituação a este novo contexto nos trouxe. Acabados de sair de um feriado no Canadá, deixamos, nesta edição, algumas pistas para aproveitar estes dias da melhor forma. Com orgulho pela enorme capacidade de adaptação que temos demonstrado, mas com o sentido de responsabilidade intacto.