A NOSSA SELEÇÃO

A renovada seleção portuguesa de futebol vai mostrar, hoje, diante da Dinamarca, se valeu a pena as alterações verificadas a nível de equipa técnica e, consequentemente, dos escolhidos para representar o País.

Recuperando um pouco o que tem sido o trajeto deste grupo de trabalho, não é difícil concluir que a grande valorização da seleção e todo o empenho e envolvimento popular começou a ganhar corpo e dimensão com a chegada de Scolari. Quer se goste ou não do estilo do treinador brasileiro, há que reconhecer que foi ele que irradiou alegria à volta deste fenómeno desportivo e pôs o País e muitos portugueses espalhados pelo mundo a exibirem a bandeira portuguesa. Mesmo gente que nunca apreciou o futebol, passou a envolver-se na onda de entusiasmo contagiante.

O grupo de jogadores dessa época valia o que nunca antes se imaginaria. A seleção começou por ser formada com jogadores, na sua maioria, a competirem em campeonatos de outros países de maior dimensão. Portugal subiu no ranking da FIFA e passamos a ser respeitados e considerados dos melhores do mundo. Mas o ciclo Scolari acabou e substituíram-no Carlos Queirós e mais tarde Paulo Bento. Se a escolha de Scolari não mereceu a aprovação total, o que se seguiu foi ainda pior em termos de concordância. Queirós saiu, uma vez mais, em completa rutura. Bento, por seu lado, não vai deixar, também, muitas saudades.

Chegou a hora de Fernando Santos e com ele não se fala mais em necessária renovação. Pelo contrário, aplaudiu-se a recuperação de jogadores que se tinham incompatibilizado com Bento e qualquer deles com idade próximo do fim de carreira. Não sabemos o que irá acontecer hoje no primeiro teste real, mas uma coisa é certa, há menos especulação e pouco ruído de bastidores que sempre afeta qualquer sistema e abala a estrutura.

Houve jogadores que pediram desculpa por comportamentos anteriores menos corretos, casos de Tiago e de Ricardo Carvalho. Santos preferiu esta mudança do que reformar os mais velhos e admitir a juventude. Todos esperamos que o seu estilo e as suas ideias tragam bons resultados. Acabaram-se as questiúnculas e os rejeitados e não será admissível que Portugal corra riscos de não se apurar para a fase final do Europeu de 2016. Desta vez serão chamados 24 países e, assim, apenas seleções com o valor de Gibraltar, Ilhas Faroé, San Marino e outros que tais deverão ficar de fora. Seja como for, hoje pede-se concentração e capacidade para vencer a Dinamarca.

A Direção