A EQUAÇÃO COVID

Correio da Manhã Canadá

Vários países em todo o mundo (incluindo o Canadá e Portugal) retomaram o ensino presencial. As expectativas? Altíssimas, num misto de ansiedade e alguma alegria no regresso a um espaço tão familiar: a escola.

Alunos, professores e pais, aguardaram pacientemente por esta fase e finalmente chegou. Não tardaram as notícias dos preparativos: do antes, do durante e agora… do depois. Entre remodelações, organizações, desinfeções e outros “ões”, as escolas pareciam estar preparadíssimas para o “novo normal”, para o novo coronavírus.

Já se sabia também que este ia ser um teste dificílimo no novo ano letivo, mas faltar não era e não é opção. Uma semana depois do início das aulas, uma parte da prova já foi corrigida. Resultado: várias províncias do Canadá registaram novos casos de covid-19 relacionados com escolas.

Como exploramos na edição desta semana, uma organização chamada “Support Our Students Alberta” lançou uma plataforma online para rastrear novos casos nas escolas. Diz que 22 estabelecimentos foram palco de infeções na província, apenas uma semana depois do regresso às aulas. Em Ottawa,193 alunos e funcionários foram orientados a ficar em casa, devido ao contacto potencial com infetados. O governo do Québec admite que 120 escolas podem já ter sido afetadas pela covid-19 desde que as aulas começaram, na primeira semana de setembro. 70 escolas tiveram pelo menos um caso confirmado. Noutras 50 há suspeitas da infeção.

O que estará a falhar? Serão as medidas implementadas pelas escolas/governos ou o comportamento dos alunos? Serão estes números animadores ou assustadores? Entre intervalos mais curtos, aulas a começar mais cedo e a terminar mais tarde, alunos a ajudar na desinfestação das salas, o que estará a falhar?

O ministro da Educação de Ontário, Stephen Lecce, pondera mudanças na atividade escolar numa altura em que se agravam as preocupações e as incertezas em relação a surtos neste segmento da população, que esteve amplamente protegido do vírus nos últimos seis meses.

Então “vamos indo, vamos vendo?”: mas desde quando é que esta metodologia resultou em algum exame? Mas… desde quando é que a matéria era tão difícil e imprevisível?