A CHINA E A LUSOFONIA

Um chinês, antes de pensar em si mesmo, na sua família ou na sua empresa, concentra-se no seu País e inspira-se na grande China. É assim porque, sem esse valor, sem esse respeito pela sua Pátria, nunca chegaria ao nível a que chegou, nem teria o reconhecimento que atingiu, especialmente, vindo do exterior.

Muito se fala da paciência do chinês e é, precisamente, isso que faz e marca toda a diferença. A China esperou pelo momento próprio para reassumir os territórios de Hong Kong e Macau. Mesmo com essa nova organização territorial, permitiu que ficasse válido um largo período de transição, até tomada de plenos direitos. Macau beneficia até 2049 desse estatuto. Provavelmente, e sem disparo de uma bala, Taiwan será chinês no momento mais apropriado e sem que haja sobressaltos ou instabilidade contagiante.

Perante um quadro exemplar como este, baseado na política de um só regime para dois sistemas, a China cresce a olhos vistos. Países que falam português, como Brasil e Angola, transformaram a China no seu maior parceiro comercial. O Canadá também tem grande relevância nesta matéria, ao ponto de a comunidade chinesa aqui residente ser considerada das mais importantes, em todo o mundo. E pelo que nos é dado a conhecer, A China vai conquistando o seu espaço não só territorial, mas de influência e de respeito.

Macau é uma porta importante para se entrar na China. O território foi transformado em Las Vegas da Ásia. São mais de 40 casinos e toda uma economia que gira à volta do jogo e do turismo com milhares e muitos milhares de visitantes a chegarem a toda a hora. Vêm de todo o lado e há sempre que fazer.

No final de outubro, por exemplo, decorreu a vigésima edição da MIF, a Feira Internacional de Macau que movimenta comércio e interesses de todo o mundo. A presença portuguesa, a cargo da AJEP-C (Associação de Jovens Empresários Portugal-China), foi relevante e com um ponto interessante e que merece destaque: O espaço ocupado não representava apenas Portugal, mas todos os países de língua portuguesa. E, de facto, enfrentar a grande China com esta dimensão lusófona é mais coerente e traz melhores resultados.

Estão de parabéns os empresários que se juntam nesta nova diáspora empresarial e que veem no reforço da sua língua, um trunfo a seu favor. Os chineses sabem que foram os portugueses que primeiro chegaram ao Oriente e não eles ou outros asiáticos que descobriram o Ocidente. Reconhecem a nossa importância no estreitamento de laços e nas trocas comerciais. Mais reconhecidos ficam quando nos recebem acompanhados por muitos outros, a uma só língua.

A Direção