
Era brasileiro o adolescente que foi esfaqueado e morto na estação do metro da Keele Street em Toronto na noite do passado sábado. A morte do rapaz provocou reações das autoridades sobre a insegurança no TTC.
Estudante, de 16 anos que imigrou com a família para o Canadá para fugir da violência no Brasil. Gabriel Magalhães saiu com os amigos e aguardava sentado a chegada do metro na estação da Keele em Toronto, quando foi atacado por um ‘homeless’ . Foram três facadas no peito. O adolescente chegou a ser socorrido pelas equipas de emergência, mas morreu no hospital.
Horas depois, o assassino foi preso em frente ao High Park, nas proximidades da estação. Jordan O’Brien-Tobin esteve presente em tribunal e será acusado de homicídio em primeiro grau.
A Polícia de Toronto acredita que o ataque foi aleatório, sem qualquer provocação da vítima. Foi o quarto homicídio na propriedade do TTC em menos de um ano, numa onda crescente de violência no sistema de trânsito, que já acumula 1068 incidentes violentos em 2022.
A família do adolescente está em choque. Andrea Magalhães, a mãe, que é enfermeira no Hospital Mount Sinai, declarou à imprensa canadiana que imigraram para o Canadá justamente por causa da violência no Brasil. “Toronto é uma cidade maravilhosa, com uma grande qualidade de vida. Aqui vamos estar seguros,” disse sobre a decisão de sair do Brasil. “Eu confiei no sistema. Confiei no trânsito público. Agora estou 100 por cento desesperada,” acrescentou.
A morte de Gabriel gerou reações entre as autoridades canadianas. A vice-presidente da Câmara Múnicipal, Jennifer McKelvie declarou que o assassinato do adolescente foi “uma tragédia”. “O TTC tem de ser um lugar seguro para todos os passageiros e trabalhadores – não podemos aceitar nada menos do que isso,” afirmou.
O premier de Ontário, Doug Ford, também publicou nas redes sociais uma mensagem para a família da vítima. “O meu coração está partido pela perda de Gabriel Magalhães. Um filho e um irmão, cuja vida acabou demasiado cedo. Foi um assassinato sem sentido e sem provocação. Todos em Toronto e Ontário merecem sentir-se seguros na sua comunidade.”
Na sua dor, a mãe de Gabriel faz também um apelo para que novas tragédias sejam evitadas.”Não se trata apenas de acrescentar mais segurança; é preciso fornecer as ferramentas para que as pessoas com doenças mentais possam lidar com a vida”.