
Lisboa, 18 fev (Lusa) – Fernando Pessoa, no último ano de vida, em 1935, acusou Salazar de ter afastado de si “o resto da inteligência portuguesa, que ainda o olhava com uma benevolência, já impaciente”, numa carta que endereçou ao Presidente da República Óscar Carmona.
A revelação surge no livro “Fernando Pessoa – Sobre o Fascismo, a Ditadura Militar e Salazar”, com textos inéditos do poeta, organizado pelo historiador José Barreto, que é apresentado quinta-feira, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.
Na introdução, o investigador atesta que, se alguma “simpatia” houve de Fernando Pessoa (1888-1935) pelo regime corporativista, claramente se distanciou dele, nos inícios de 1935, dois anos após a aprovação da Constituição da ditadura do Estado Novo, “para dar lugar a um pensamento coerente de oposição a Salazar e ao seu regime”.