
A Health Canada adiou uma decisão sobre a aprovação da pílula abortiva mifepristone, que estava prevista para o mês passado, noticiou a CTV News.
A agência de saúde tem estado a olhar para o pedido de aprovação do medicamento, também conhecido como RU-486, desde 2012. O comprimido, que foi desenvolvido na década de 1980, é tomado para acabar com uma gravidez precoce.
Este funciona ao bloquear a hormona progesterona, e provoca um aborto espontâneo. A progesterona é necessária para manter uma gravidez.
A Organização Mundial da Saúde colocou-o na lista de “medicamentos essenciais”, e este é aprovado para uso em cerca de 60 países, incluindo os Estados Unidos.
No Canadá, os médicos dizem que a sua aprovação é fundamental, especialmente para as mulheres em áreas remotas que não têm acesso a abortos cirúrgicos.
Desde a aprovação do medicamento nos EUA em 2000, tem havido relatos de infeções bacterianas graves e casos muito raros de choque séptico fatal. No entanto, os ensaios clínicos por parte da Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, mostrou que “não há relação causal” entre os incidentes e o uso da droga.
O estudo da FDA descobriu que os efeitos colaterais mais comuns foram dor abdominal, náuseas, dor de cabeça, vómitos, diarreia, tonturas e fadiga.
Apesar disso, os grupos antiaborto estão convencidos de que o medicamento ainda tem de obter aprovação no Canadá, e têm feito campanha para o manter fora do mercado.
Mas Vicki Saporta, presidente da Federação Nacional de Aborto do Canadá, diz que o atraso está simplesmente a forçar mulheres desesperadas a procurar formas alternativas de obtenção do medicamento.
A Health Canada não disponibilizou mais detalhes sobre quando vai emitir uma decisão final.