
Todos os olhos estavam voltados para os canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor no sábado, quando os dois voltaram para casa depois de quase dois anos em aparente detenção arbitrária na China. Os chineses recusam que a prisão dos ‘Two Michaels’ tenha alguma relação com a prisão da diretora da gigante tecnológica, Huawei. O que é certo é que na passada sexta-feira, Meng Wanzhou foi libertada da prisão domiciliária no Canadá. No entanto, apesar do aparente final feliz, ainda existem 115 cidadãos canadianos presos na China. Alguns estão até no corredor da morte.
O caso Two Michaels finalmente teve um desfecho. Os dois canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor, detidos no final de 2018, foram autorizados a regressar ao Canadá, libertados sob fiança por motivos de saúde, disse o Ministério das Relações Exteriores da China na segunda-feira.
Um porta-voz do Ministério fez o comentário enquanto Pequim tentava minimizar a conexão entre a libertação e o regresso à China da executiva da Huawei, Meng Wanzhou.
“O caso de Meng Wanzhou é completamente diferente do de Michael Kovrig e Michael Spavor na sua natureza”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, aos jornalistas.
“Os dois homens eram suspeitos de colocar em risco a segurança nacional”, disse ainda Hua.
Spavor, um empresário, foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de espionagem. Kovrig ainda não tinha sido condenado, mas enfrentava acusações semelhantes.
A China libertou os dois canadianos sob fiança depois de um “diagnóstico de instituições médicas profissionais e com a garantia do embaixador canadiano na China”, disse Hua.
Imagens e vídeos comoventes dos dois com a família já circularam. O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau na sexta-feira chamou o regresso de uma boa notícia para os canadianos.
Só que até domingo, pelo menos 115 cidadãos do Canadá permanecem sob custódia em prisões chinesas. Nem todos os canadianos presos na China estão em detenção arbitrária, mas pelo menos quatro dos presos estão no corredor da morte.
“O Canadá opõe-se à pena de morte em todos os casos, em todos os lugares”, avançou o Global Affairs Canada, a agência governamental que enviou o relatório aos media canadianos.”
