
O fim de semana foi de protestos no Canadá. Centenas voltaram a sair às ruas de várias cidades para exigir cortes no financiamento da polícia e o fim do racismo sistémico. As manifestações foram no geral pacíficas, à exceção de alguns episódios. Em Montreal uma estátua foi derrubada e em Toronto quatro polícias foram levados para o hospital.
Caída do pedestal e sem cabeça. Foi este o desfecho da estátua de John A Macdonald em Montreal. Trata-se de um primeiro-ministro canadiano. O primeiro da história do país.
John A Macdonald é associado a um passado controverso do Canadá, nomeadamente a políticas responsáveis pela morte de membros da comunidade indígena. O derrube da estátua serviu assim para ilustrar o descontentamento dos muitos que criticam o racismo sistémico no Canadá e exigem cortes no financiamento policial.
O episódio decorreu durante um protesto antirracismo em Montreal. Um gesto de “vandalismo inaceitável”, como descreveu François Legault. O premier do Québec diz que é preciso combater o racismo, mas que “destruir partes da história não é solução”.
A manifestação em Montreal foi uma de várias a decorrer no Canadá no último sábado de agosto. Calgary, Halifax, Fredericton, Toronto e London também foram palco de protestos, muitos deles organizados por um grupo chamado Coalition for Black, Indigenous and People of Colour (BIPOC).
Protestos na sua maioria pacíficos, como garantiram as autoridades locais. Em Toronto, contudo, um confronto com a polícia culminou na detenção de duas pessoas. Sete agentes ficaram feridos e quatro foram para o hospital, mas já receberam, entretanto, alta.
Segundo os organizadores do protesto, o incidente foi despoletado por um aparente sem abrigo, que estaria a ter um surto psicótico. Vídeos publicados nas redes sociais mostram um homem no chão, imobilizado por três polícias. A resposta policial está a ser condenada pelos ativistas, que falam numa escalada de violência. O episódio está a ser investigado pela unidade especial de investigação de Ontário.