Depois de um atribulado período por comportamentos socialmente menos corretos e criticáveis, e de uma ausência forçada senão mesmo estratégica, eis que Rob Ford reaparece em grande forma, como se nada tivesse acontecido e com uma clarividência que leva a supor que o Homem está de volta, pronto para tudo.
Toronto dividiu-se entre os que condenaram, profundamente, atitudes reprováveis para quem exerce cargos públicos e representativos, e os que se manifestaram indiferentes a qualquer escândalo que pudesse beliscar o bom nome de uma cidade. Há também os que admiraram a obra mas reprovaram o Homem. Seja como for, Rob Ford reapareceu e, rapidamente, começou a incomodar e a despertar inusitados interesses.
Para começar, as sondagens colocaram-no em terceiro lugar no ranking das pretensões para o cargo que ocupa. As discussões e debates na TV com os opositores estão a reabilitá-lo politicamente. Depois de tanto escândalo e de tanta ofensa, convenhamos que a posição que neste momento ocupa é um bom sintoma para alimentar todas as esperanças de que em outubro voltaremos a ter Rob Ford na presidência de Toronto.
Regressou ao ativo com mil desculpas ao povo, aos colegas e a cada um que se sentiu ofendido. Mostrou vergonha e manifestou arrependimento por muitas das atitudes praticadas e que só contribuíram para prejudicar Toronto. Afinal, gestos pouco comuns a homens que ocupam cargos desta dimensão. Não abundam por esse mundo fora dirigentes políticos que se arrependam e que queiram voltar ao centro da decisão, nestas condições.
Rob Ford está a fazer um percurso que roça o ridículo, o condenável e ao mesmo tempo o admirável. Para já, é igual a si próprio e distinto dos demais. Quem quiser já o pode ver a andar por aí em grande forma, em plena campanha e captando as atenções dos que em outubro vão decidir quem os dirige. Rob Ford está de volta, resta saber se é para ficar. É para já um caso sério, ou melhor ainda, um case study dividido entre o amor e o ódio, ou entre a eficácia e a desconfiança.
A Direção