MAIORIA DOS TRABALHADORES SINDICALIZADOS DO BCP ACEITARAM OS CORTES SALARIAIS

Os rendimentos dos trabalhadores públicos vão cair em 2014 (Foto de João Miguel Rodrigues)

Os rendimentos dos trabalhadores públicos vão cair em 2014 (Foto de João Miguel Rodrigues)Mais de 70% dos trabalhadores do BCP sindicalizados que responderam à consulta da Febase — Federação do Setor Financeiro manifestaram-se a favor dos cortes temporários dos salários para evitar o despedimento coletivo.
Das 1.516 respostas recebidas, 1.091 disseram ‘sim’ ao acordo negociado com o banco de cortes salariais temporários, ou seja, quase 72%. Houve ainda 242 respostas contra o acordo, 12 nulas, duas em branco e 169 envelopes anulados por não ser possível identificar o emissor.
Após este passo, os sindicatos vão concluir a redação das cláusulas para a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho (de forma a acomodar os cortes salariais temporários) que serão levadas, na próxima semana, à apreciação do Conselho Geral da Febase.
Depois disso, o processo ainda tem vários passos, como a publicação das alterações no Boletim do Trabalho e Emprego e a criação de portarias de extensão para abranger o acordo aos não sindicalizados, pelo que os cortes só deverão começar a vigorar a partir de maio ou junho.
O plano de reestruturação que o BCP acordou com Bruxelas, depois de o Estado ter injetado 3.000 milhões de euros no banco para o recapitalizar, prevê a redução do número de trabalhadores em Portugal para 7.500 até final de 2017, o que significa menos 1.084 colaboradores do que os 8.584 que o banco tinha no final do ano passado.
Com vista a evitar despedimentos, no final de 2013, a administração do BCP e os sindicatos chegaram a um pré-acordo para um corte temporário dos salários (entre os 3% e os 11%) a todos os trabalhadores com remunerações acima dos mil euros brutos mensais. Os cortes mantêm-se em vigor até à saída do investimento público e quando o banco regressar aos lucros será levada à assembleia-geral uma proposta para que os trabalhadores recebam o dinheiro entretanto cortado.
Além dos cortes de salários, o BCP vai ainda levar a cabo processos de rescisões amigáveis e reformas antecipadas.