
Mais de 70% dos trabalhadores do BCP sindicalizados que responderam à consulta da Febase — Federação do Setor Financeiro manifestaram-se a favor dos cortes temporários dos salários para evitar o despedimento coletivo.
Das 1.516 respostas recebidas, 1.091 disseram ‘sim’ ao acordo negociado com o banco de cortes salariais temporários, ou seja, quase 72%. Houve ainda 242 respostas contra o acordo, 12 nulas, duas em branco e 169 envelopes anulados por não ser possível identificar o emissor.
Após este passo, os sindicatos vão concluir a redação das cláusulas para a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho (de forma a acomodar os cortes salariais temporários) que serão levadas, na próxima semana, à apreciação do Conselho Geral da Febase.
Depois disso, o processo ainda tem vários passos, como a publicação das alterações no Boletim do Trabalho e Emprego e a criação de portarias de extensão para abranger o acordo aos não sindicalizados, pelo que os cortes só deverão começar a vigorar a partir de maio ou junho.
O plano de reestruturação que o BCP acordou com Bruxelas, depois de o Estado ter injetado 3.000 milhões de euros no banco para o recapitalizar, prevê a redução do número de trabalhadores em Portugal para 7.500 até final de 2017, o que significa menos 1.084 colaboradores do que os 8.584 que o banco tinha no final do ano passado.
Com vista a evitar despedimentos, no final de 2013, a administração do BCP e os sindicatos chegaram a um pré-acordo para um corte temporário dos salários (entre os 3% e os 11%) a todos os trabalhadores com remunerações acima dos mil euros brutos mensais. Os cortes mantêm-se em vigor até à saída do investimento público e quando o banco regressar aos lucros será levada à assembleia-geral uma proposta para que os trabalhadores recebam o dinheiro entretanto cortado.
Além dos cortes de salários, o BCP vai ainda levar a cabo processos de rescisões amigáveis e reformas antecipadas.
