JERÓNIMO MARTINS ADERE AO MODELO FRANCHISING

pingo doceO plano de expansão do grupo retalhista em Portugal passa pela marca Pingo Doce e deverá contar com linha de financiamento a empresários, através de um formato semelhante ao franchising, daí a intenção de abrir cerca de 50 novos supermercados neste regime nos próximos cinco a seis anos.
Pedro Soares dos Santos, presidente do conselho de administração da Jerónimo Martins, adiantou que a estratégia será adotada fora dos grandes certos urbanos, à semelhança do que a empresa quer fazer na Polónia, com os supermercados Biedronka instalados em zonas mais rurais.
O investimento global ronda os 250 milhões de euros (cerca de cinco milhões de euros por cada loja) e será partilhado entre a Jerónimo Martins e os parceiros locais e Pedro Soares dos Santos esclareceu que não há pagamento de royalties (taxas), mas sim uma divisão de lucros do negócio.
Durante uma conferência de imprensa no Algarve, onde o grupo inaugurou um novo centro de distribuição, Pedro Soares dos Santos disse que já há três projetos destes em curso.
O grupo detém 376 lojas Pingo Doce em Portugal e só o ano passado, abriu mais quatro novas unidades.
As vendas da cadeia de supermercados foram de 3181 milhões de euros, uma subida de 3,9% em comparação com 2012.
Na Polónia, a Jerónimo Martins tem a sua maior rede de lojas, 2393 sob a sigla Biedronka e espera chegar às três mil em 2015.
Já no Algarve, o novo centro de distribuição no Algarve representa um investimento de 27 milhões de euros e criou 220 postos de trabalho diretos e indiretos, indo ainda permitir reduzir os custos de transporte em cerca de 2,5 milhões de euros por ano.
A Jerónimo Martins está a reorganizar as operações logísticas e vai investir entre 100 a 120 milhões de euros nos próximos três anos na construção de três a quatro novos centros, para substituir os atuais 11.
O próximo a abrir é na região do grande Porto, envolve um orçamento de 50 milhões de euros e deverá estar pronto a funcionar no final deste ano.
Há uma necessidade enorme de nos aproximarmos mais dos pequenos fornecedores, justificou Pedro Soares dos Santos, acrescentando que o grupo trabalha com 40 produtores locais no Algarve e tem relação com mais de 1600 fornecedores portugueses.
Os investimentos da Jerónimo Martins também vão passar, este ano, pelo sector da agricultura, Pedro Soares dos Santos remeteu mais detalhes para breve, mas admitiu que será anunciado um investimento grande no sector.
A poucos dias de entrar em vigor o novo regime que regula as práticas restritivas do comércio, (que vem restringir as promoções), o gestor não tem dúvidas de que vai limitar muito a capacidade contratual entre a grande distribuição e os fornecedores.
Se o sector se quiser proteger uma primeira solução à vista é a importação, disse, acrescentando que a lei abre brutalmente a porta à compra de produtos estrangeiros.
Como em tudo, os grandes vão ultrapassar isto, disse, defendendo que a lei acaba por penalizar os pequenos.