DIRETORA-GERAL DE SAÚDE DO CANADÁ AVISA VIAJANTES PARA SE CERTIFICAREM DE QUE TÊM A VACINA CONTRA O SARAMPO EM DIA

Com o início das férias de verão a poucos meses de distância, o principal médico do país está a pedir aos canadianos para se certificarem que têm as vacinas contra o sarampo em dia, especialmente para aqueles que estão a pensar viajar para o exterior.

A doutora Theresa Tam, diretora-geral de saúde do Canadá, disse que as pessoas cujas imunizações contra o sarampo não estão em dia devem receber as suas vacinas, seis semanas antes de viajar, porque a doença continua a circular em muitas partes do mundo.

“Na Europa, há uma série de países a registar casos”, alertou Tam, classificando o sarampo como uma doença altamente contagiosa que é facilmente difundida.

A Roménia, por exemplo, relatou quase 2000 casos desde fevereiro de 2016. O sarampo matou 17 crianças no país, nenhuma das quais estava vacinada.

As taxas de vacinação têm caído em alguns países da Europa Central e de Leste, impulsionadas em parte por um movimento anti-vacinação cujas mensagens foram espalhadas nas redes sociais.

O sarampo é causado por um vírus que pode se espalhar rapidamente através do contato pessoa a pessoa, através de gotículas no ar quando uma pessoa infetada tosse ou espirra, ou ao tocar objetos expostos recentemente a muco infetado ou saliva.

Embora os casos domésticos tenham sido eliminados no Canadá – o último caso adquirido internamente foi em 1997 – os canadianos que não estão vacinados ou sub-vacinados ainda podem contrair a doença através de pessoas infetadas que viajam para este país.

Isso poderia significar um surto de sarampo se o vírus se apoderar de uma população não-vacinada, como ocorreu em 2015 numa área do Québec, quando quase 200 casos ocorreram, depois que um visitante infetado introduziu a doença na comunidade.

Segundo Tam, foram confirmados 10 casos de sarampo no Canadá este ano – todos relacionados com viagens – e alguns casos suspeitos estão sob investigação.

Três desses casos, confirmados pela Saúde Pública de Toronto no mês passado, estão ligados a pessoas que viajaram para ou dentro do Canadá nos voos da WestJet ou Emirates Airline, nas últimas duas semanas de março.

Os sintomas iniciais incluem febre, tosse, nariz entupido, olhos vermelhos e irritabilidade. Pequenos pontos brancos também podem aparecer dentro da boca e garganta. Três a sete dias mais tarde, uma erupção cutânea vermelha desenvolve-se na cara e espalha-se pelo corpo.

Os sintomas começam de uma semana a três semanas, após a exposição ao vírus, e uma pessoa pode espalhar a infeção a outros, num intervalo de tempo que vai desde quatro dias antes da erupção começar, até quatro dias após o seu desaparecimento. O vírus é mais comumente propagado quando as pessoas ficam doentes ou antes de saberem que têm sarampo.

Aqueles que desenvolvem sintomas devem procurar atendimento médico, mas ligar com antecedência antes de visitar o seu médico de família, uma clínica ou departamento de emergência do hospital para que possam ser tomadas as devidas precauções para isolar os pacientes, de modo a evitar a transmissão para outras pessoas.

Não há tratamento específico para o sarampo e a maioria das pessoas recupera dentro de duas a três semanas. No entanto, o sarampo pode ser especialmente perigoso para lactentes e crianças pequenas, e aqueles com sistemas imunológicos enfraquecidos.

A melhor forma de prevenir o sarampo é inocular-se com duas doses de vacina contra sarampo-papeira-rubéola (MMR) ou sarampo-papeira-rubéola-varicela (MMRV). A vacina inicial é administrada a uma criança dos 12 aos 15 meses de idade, seguida de uma segunda dose entre os 18 meses e quatro a seis anos de idade.

Os adultos, cujas imunizações não estão em dia, devem receber pelo menos uma dose da vacina, embora duas sejam preferíveis, já que algumas pessoas não acumulam anticorpos contra o vírus com uma dose única.

De acordo com Tam, ter 95 por cento de uma dada população vacinada é tipicamente suficiente para fornecer proteção contra a infeção para aqueles que não foram imunizados por causa de um fenómeno chamado “imunidade de multidão” – o que significa que o vírus tem dificuldade em se espalhar, porque há muito poucos hospedeiros para infetar.

No Canadá, cerca de 90% das crianças de dois anos e quase 86% das crianças de sete anos haviam sido vacinadas contra o sarampo, de acordo com o Inquérito Nacional sobre a Imunização, realizado em 2013.

Fonte: Canadian Press