
As negociações de livre comércio formal entre o Canadá e China ainda têm de continuar devido a dificuldades sobre o trabalho, meio ambiente e as preocupações ligadas a empresas detidas pelo estado chinês, diz o enviado de Otava para Pequim.
O embaixador Guy Saint-Jacques destacou aqueles pontos na quarta-feira, depois que o premier chinês Li Keqiang disse que o Canadá e a China iriam em breve lançar um estudo de viabilidade sobre um eventual acordo de livre comércio.
Li falou aos repórteres através de um tradutor, após reunião com o primeiro-ministro Justin Trudeau. Questionado sobre os comentários, Saint-Jacques negou que os dois lados já concordaram em iniciar negociações formais.
Mas Saint-Jacques, que acompanhou Trudeau em reuniões na quarta-feira com Li e mais tarde com o presidente Xi Jinping, compartilhou alguns detalhes da posição do primeiro-ministro sobre o assunto.
“O primeiro-ministro disse que a abordagem que o Canadá tem quando se trata de um acordo de comércio livre é que este deve incluir um número de itens importantes – ele mencionou duas questões políticas e duas questões económicas”, afirmou Saint-Jacques.
No lado político, ele disse que era importante para Trudeau que os modernos acordos de livre comércio incluam capítulos sobre o trabalho e sobre o ambiente.
Saint-Jacques disse que o primeiro-ministro também deixou claro que qualquer acordo com a China deve “abordar o impacto de empresas estatais” e «procurement».
Por seu lado, a China tem vindo a pedir ao Canadá para negociar um acordo de livre comércio.
Enquanto Trudeau disse que espera ampliar o comércio com a superpotência em crescimento, ele tem sido cauteloso na afirmação que ele gostaria de prosseguir as conversações formais.
Um alto responsável canadiano disse na quarta-feira que algumas discussões técnicas relativas ao livre comércio com a China tiveram lugar e vão continuar, mas o funcionário ressaltou que não houve negociações.
Ainda assim, Trudeau referiu na quarta-feira que os dois lados vão tomar medidas para melhorar o comércio e o investimento, impulsionar o turismo, ampliar os intercâmbios culturais e enfrentar as alterações climáticas.
Os países, observou, também concordaram em estabelecer reuniões anuais entre o primeiro-ministro chinês e o primeiro-ministro canadiano sobre uma série de questões, incluindo a segurança nacional e o Estado de Direito.
Fonte: Canadian Press