As farmácias existentes em seis hospitais do País têm dívidas acumuladas superiores a 16 milhões de euros. Só a farmácia no Santa Maria (Lisboa) deve mais de 7,5 milhões de euros. Os valores dizem respeito às rendas e à percentagem da faturação acordada com as administrações. Das seis, só quatro continuam a funcionar, após o encerramento da farmácia de Santa Maria e dado Hospital de Santo André, em Leiria.
A Ordem dos Farmacêuticos já exigiu ao Ministério da Saúde a revogação do diploma que permite farmácias nos hospitais.
Para o bastonário Carlos Maurício Barbosa, “são um projeto falhado”. “Os doentes não acolheram bem o modelo. As farmácias não podem ser parte do financiamento dos hospitais”, afirmou, sugerindo, no caso da farmácia de Santa Maria, que a administração hospitalar “tome posse administrativa e use a farmácia para servir os doentes em ambulatório”.
Manuel Villas-Boas, do Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde, discorda do bastonário, e defende. “As farmácias são úteis aos utentes. A maioria tem dificuldades de mobilidade e pode comprar os medicamentos no local”, defende, responsabilizando os farmacêuticos pelo mau negócio: “Alguns terão dado passos maiores do que as pernas.”