

“A ponte é nossa, fomos nós que a pagamos!” gritou Arménio Carlos perante os manifestantes. Foi o ponto alto ontem do discurso de secretário-geral da CGTP em Lisboa, com milhares de pessoas – acima dos 50 mil segundo a organização que – resistiram à chuva forte durante a intervenção do líder da intersindical. Para já fica, a promessa de novo protesto junto ao Parlamento no dia 1 de novembro.
O chefe de Estado, Cavaco Silva, várias vezes apupado durante o protesto, foi um dos alvos de Arménio Carlos: O Orçamento de Estado para2014 “não pode passar” e o Presidente da República deve pedir a fiscalização preventiva” do diploma.
Mais, a CGTP acusou Belém de “silêncios inadmissíveis” face à chantagem de Durão Barroso e da diretora-geral do FMI, Christine Lagarde sobre o Tribunal Constitucional.
A dureza das palavras levou o dirigente sindical a perder a voz quase na reta final, mas recuperou-a para pedir mobilização para um novo protesto: 1 de novembro, junto ao Parlamento, em dia de Finados, já sem direito a feriado, e de votação do Orçamento de Estado na generalidade.
Não foi possível fazer a ponte 25 de abril a pé, mas os mais de 360 autocarros – na “marcha sobre rodas” – que congestionaram o tabuleiro, ainda que sem corte total de trânsito, serviram para cumprir o objetivo: “Encher Alcântara”, como confidenciou ao CM um elemento da organização.
Para memória futura fica um protesto envolto em polémica, mas sem registo de violência.
No final, a CGTP pediu mobilização para os vários protestos agendados de outubro a novembro. E quanto a uma greve geral? Arménio Carlos não se comprometeu para já.