
A oposição do Ontário acusa o governo de tentar esconder o custo do seu plano de alterações climáticas por não ter um item separado para o comércio de emissões nas faturas de gás natural.
O Conselho de Energia do Ontário anunciou que os encargos relacionados com o custo do comércio de emissões, que visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, serão incluídos na linha de cobrança (“delivery”) das faturas de gás natural.
A grande maioria das casas do Ontário são aquecidas com gás natural.
O Conselho de Energia admitiu que as concessionárias e os utilizadores de gás natural industrial haviam discutido para um item de linha separado para dar transparência aos clientes sobre o custo do comércio de emissões.
O crítico de energia do partido Conservador, John Yakabuski, disse que as pessoas têm o direito de saber quanto lhes irá custar todos os meses o comércio de emissões, e acusou os Liberais de tentar “enterrar a evidência” de que o plano é apenas mais uma forma de “caçar” dinheiro.
Os Novos Democratas, por seu lado, disseram que os Liberais têm claramente “um problema com a transparência”, apesar de fazerem campanha com a promessa de serem transparentes e responsáveis.
Os Liberais têm dito que o seu plano para as alterações climáticas acrescentaria cerca de 5 dólares por mês às faturas de aquecimento doméstico e 4,3 cêntimos por litro, ao preço da gasolina.
O gabinete do ministro da Energia, Glen Thibeault, emitiu um comunicado na sexta-feira, onde diz que o Conselho de energia teve um papel importante a desempenhar como “um organismo regulador não-político, quasi-judicial”, e o governo respeitou a decisão de não ter uma linha separada nas faturas de gás natural que mostra o custo do comércio de emissões.
Os partidos da oposição disseram que para piorar a situação, os consumidores vão pagar o HST sobre os custos do comércio de emissões, que segundo Yakabuski conta como “um imposto em cima de um imposto”.
O Ontário irá juntar-se a um mercado de comércio de emissões existente com a Califórnia e Quebec em janeiro próximo, determinando os limites de emissão de poluentes, mas que lhes permite comprar créditos de emissão ou vendê-los a outras empresas se estas estiverem abaixo da sua quota.
A província pretende gastar até 8,3 mil milhões de dólares em programas para incentivar as pessoas e as empresas a mudar para sistemas de aquecimento mais eficientes em termos energéticos, comprar carros elétricos ou híbridos, converter grandes camiões ao gás natural, adicionar mais biocombustível à gasolina, e ajudar os setores da agricultura e indústria a adotar tecnologias de baixo carbono.
A maioria do dinheiro para esses planos virá do comércio de emissões, que os Liberais preveem vai arrecadar 1,9 mil milhões de dólares por ano, totalidade que eles prometem irá para um fundo específico para diminuir a “footprint” de carbono do Ontário.
Fonte: Canadian Press