

Os condutores portugueses deram aos cofres do Estado 7,3 milhões de euros por dia em diferentes impostos ligados ao automóvel.
São 1,5 mil milhões de euros entre janeiro e julho que o setor automóvel rendeu ao Fisco, numa altura em que o mercado começa a dar sinais de recuperação. Em agosto houve uma subida de 13%, uma das maiores a nível europeu em termos homólogos. O grande encaixe para os cofres públicos resultado ISP (Imposto sobre Petrolíferos), que rendeu quase 1 192 milhões de euros. Segue-se o ISV (Imposto sobre Veículos), que permitiu uma receita acima dos 200 milhões de euros, e o IUC (Imposto Único de Circulação), que disparou para os 143,2 milhões de euros. No entanto, os números não animam os responsáveis do setor.
“Não estamos a crescer. O número sobe porque 2012 foi um ano negro. Se comparar com 2010 estes novos números representariam uma quebra de 50%”, explicou ao CM Hélder Pedro, secretário-geral da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP). Em 2012, as vendas de ligeiros de passageiros caíram 37,8%, para as 90 792 unidades – um nível quase igual ao registado em 1985 –, e a ACAP defende que para reanimar o setor é necessário “pelo menos” o regresso da medida de incentivo ao abate. O líder da ACAP reuniu ontem com membros do Ministério da Economia, mas mesmo assim não tem garantias de que o Executivo reintroduza esta medida no Orçamento de Estado de 2014.
O registo de novas matrículas em Portugal ascendeu às 6152 unidades no mês em análise, sendo que, no acumulado dos primeiros oito meses do ano, o mercado português apresenta também um dos melhores desempenhos da União Europeia, com uma subida de 5,8%, revelou a Associação dos Construtores Automóveis Europeus. A justificar esta recuperação “estão as empresas de rent a car”, que substituíram no verão as viaturas por causa dos turistas, explica Hélder Pedro.