9 FERIDOS ENTRE MILHARES MANIFESTANTES EM BRUXELAS CONTRA A AUSTERIDADE

bruxelasO protesto juntou dezenas de milhares de manifestantes a desfilar pelas ruas de Bruxelas contra a política de austeridade, mas terminou com a polícia a usar canhões de água e gás lacrimogéneo para afastar os manifestantes dos edifícios da Comissão Europeia.
O balanço das autoridades aponta para pelo menos nove pessoas, duas delas polícias, que ficaram feridas em vários incidentes durante a manifestação que terão começado quando representantes dos estivadores dos portos belgas de Antuérpia e de Gante lançaram petardos e tentaram romper o cordão policial, além de agredirem um fotógrafo.
A polícia recorreu a canhões de água e gás lacrimogéneo para manter os manifestantes afastados das sedes das instituições europeias e alguns tentaram entrar na sede da comissão.
Ativistas de vários países europeus, incluindo alemães, franceses e gregos, responderam assim ao apelo da Confederação Europeia dos Sindicatos para exigir uma Europa mais social e dizer aos responsáveis europeus que as políticas para responder à crise financeira não são suficientes e, na verdade, agravaram a crise social e económica.
Assim a secretária-geral da CES, Bernardette Segol fez saber que a mensagem é clara, a austeridade não funciona. Em sintonia, Manuela Bonacina, porta-voz da CES, apelou aos cidadãos para que nas eleições europeias de 25 de maio votem em candidatos que mudem a forma como a União Europeia é dirigida, garantindo que o objetivo da marcha é uma nova via para a Europa, sem austeridade mas com investimentos fortes para um crescimento duradouro e empregos de qualidade.
No apelo ao protesto desta sexta-feira, os sindicatos europeus destacaram que há mais de 26 milhões de europeus desempregados, mais 10 milhões que em 2008, e que em 18 dos 28 países da UE os salários reais desceram, além da situação dos mais novos ser ainda pior: 7,5 milhões de jovens europeus não trabalham nem estudam. Muitos deles estão entre os que mais educação tem, mas simplesmente saem dos seus países de origem para procurar trabalho, advertindo para o risco de uma “geração perdida”.