WALL STREET FECHA SEM RUMO, INCERTEZAS ANULAM NOTÍCIAS DE BONS RESULTADOS DA BANCA

LusaNova Iorque, 14 jan 2020 (Lusa) — A bolsa nova-iorquina encerrou hoje sem rumo, perante os resultados sólidos de grandes bancos, como o JPMorgan Chase, um aumento das incertezas sobre as relações sino-norte-americanas e a ideia de os índices bolsistas estarem sobrevalorizados.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average apreciou 0,11%, para os 28.939,67 pontos.

Pelo contrário, o tecnológico Nasdaq e o alargado S&P500 fecharam com perdas, aquele a recuar 0,24%, para as 9.251,33 unidades, e este 0,15%, para as 3.283,15.

Antes da abertura de sessão de hoje, os bancos JPMorgan Chase e Citigroup, bem como a transportadora aérea Delta Air Lines, deram o pontapé de saída oficial da época de divulgação de resultados trimestrais com números acima das expetativas dos analistas.

Primeiro banco norte-americano por ativos e membro do Dow Jones, o JPMorgan registou em 2019 um lucro recorde de 36,43 mil milhões de dólares (32,7 mil milhões de euros).

Outras notícias entusiasmaram também os investidores, como o facto de as exportações totais da China terem aumentado 7,6% em dezembro, em termos homólogos, sinal de uma recuperação do vigor da segunda potência económica mundial.

Até o indicador sobre a inflação nos EUA, que foi de 2,3% em dezembro, segundo o índice CPI divulgado pelo Departamento do Trabalho, foi considerado de bom augúrio, porque “não vai incitar a Reserva Federal a repensar a sua política monetária no imediato”, estimou Patrick O’Hare, da Briefing.

Por outro lado, os índices foram afetados durante a sessão por um artigo da agência Bloomberg, que afirmava que a Casa Branca provavelmente deveria manter inalteradas as tarifas alfandegárias sobre as importações de bens chineses até à próxima eleição presidencial.

Mesmo que a Casa Branca já tenha renunciado em dezembro a impor novas tarifas alfandegárias à China e reduzido para metade as já impostas, desde 01 de setembro, às compras feitas aos chineses no montante de cerca de 120 mil milhões de dólares, os investidores estavam à espera que, com o acordo comercial parcial que deve ser assinado na quarta-feira, a redução da tensão bilateral pudesse levar a uma descida mais acentuada das tarifas alfandegárias.

“Isto traz ainda um pouco mais de confusão ao assunto”, observou Karl Haeling, da LBBW.

Para este analista, os investidores obedeceram sobretudo a um movimento de rotação (de carteira de investimentos), alienando alguns títulos tecnológicos, que aumentaram muito recentemente para se virarem para outros setores.

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