WALL STREET FECHA EM ALTA COM VALORIZAÇÃO DOS BANCOS APESAR DA SUBIDA DESEMPREGO

Nova Iorque, 14 mai 2020 (Lusa) — A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta, graças à valorização dos bancos, apesar de os números sobre o desemprego ilustrarem novamente o choque económico da pandemia do coronavirus.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average valorizou 1,62%, para os 23.625,34 pontos, e o tecnológico Nasdaq ganhou 0,91%, para os 8.943,72.

Já o alargado S&P500 avançou 1,15%, para as 2.852,50 unidades.

E, contudo, a praça nova-iorquina tinha começado em baixa, com as inscrições no fundo de desemprego na passada semana, conhecidas hoje, a continuarem a evidenciar os reflexos da crise provocada pela pandemia, com mais 2,98 milhões de novas inscrições.

No total, cerca de 36,5 milhões de pessoas caíram no desemprego desde meados de março.

Se as novas inscrições apresentam uma tendência descendente pela sexta semana consecutiva, continuam “a um nível extraordinariamente elevado”, sublinhou Rubeela Farooqi, economista na HFE.

“Os trabalhadores devem voltar a ser chamados à medida que a economia e as empresas voltem a funcionar. Mas os novos protocolos antivírus vão continuar a restringir a atividade e a afetar o volume de negócios das empresas”, preveniu.

As afirmações de Donald Trump, que ameaçou hoje romper todas as relações com a China e garantiu que não desejava falar com o seu homólogo chinês, também pesaram sobre o ambiente das transações.

Mas, com o decorrer da sessão, os índices ganharam vigor, ajudados, entre outros, pela valorização dos preços do petróleo, salientou Karl Haeling, de LBBW.

Assim, a cotação do barril de referência nos EUA, o WTI, subiu 9% e alcançou o seu nível mais alto desde o início de abril.

Para o comportamento dos índices também contribuiu o bom desempenho do setor financeiro, com o subíndice que junta estes valores no S&P500 a progredir 2,64%.

Entre os seus elementos, o Bank of America ganhou 4,02%, o JPMorgan Chase 4,20%, o Citigroup 3,65% e o Wells Fargo 6,79%.

“De forma geral, observa-se nos mercados uma tensão entre, por um lado, a realidade de uma situação catastrófica para a economia e a ideia de que a recuperação vai ser mais longa do que previsto e, por outro, um apoio enorme da parte do governo e do banco central norte-americano”, a Reserva Federal (Fed), observou Haeling.

O presidente da Fed, Jerome Powell, marcou a conjuntura, ao prevenir na quarta-feira, que os desgastes causados pelo novo coronavírus poderiam ter efeitos duradouros sobre a economia norte-americana.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (84.985) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,4 milhões).

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