
A relação desequilibrada entre Estados Unidos da América (EUA) e Canadá, provocada pelas tarifas e ameaças de anexação de Donald Trump estão a atingir fortemente as viagens entre os países vizinhos. E as denúncias e alertas de viagem em torno do escrutínio vivido nas fronteiras americanas, com o aumento da possibilidade de detenção ou entrada negada no país só aumentou a queda no número de viagens para os EUA. Em todo o Canadá, os canadianos estão a cancelar viagens de negócios, a desistir de conferências e a evitar futuras reservas para os EUA.
Segundo o Flight Centre Travel Group Canada, as viagens aéreas entre os dois países diminuíram cerca de 40% em fevereiro, em comparação com o ano anterior.
As reservas de viagens de negócios diminuíram 10%. As empresas que desistiram abrangem principalmente setores bancários e de indústria transformadora.
No entanto, o efeito cascata de diminuição de viagens não é apenas de curto prazo, com cancelamentos até 2027.
Prova disso são os dados da alfândega dos EUA, que mostram que o número de viajantes que entram no país vindos do Canadá por via terrestre diminuiu drasticamente em relação ao ano passado.
No mês passado, 3.183.009 pessoas chegaram aos portos de entrada ao longo da fronteira terrestre entre o Canadá e os EUA, menos 900 mil do que os 4.093.973 registados em março de 2024, segundo os dados.
As travessias de veículos de passageiros e pedestres caíram cerca de 26% em comparação com março de 2024. O total de março deste ano foi o mais baixo registado desde 2022, altura em que as restrições de viagem relacionadas com a pandemia da Covid-19 ainda estavam em vigor.