UMA SÓ URGÊNCIA NA GRANDE LISBOA

O Hospital de Santa Maria vai partilhar como São José as Urgências noturnas da Grande Lisboa
O Hospital de Santa Maria vai partilhar como São José as Urgências noturnas da Grande Lisboa
O Hospital de Santa Maria vai partilhar como São José as Urgências noturnas da Grande Lisboa
O Hospital de Santa Maria vai partilhar como São José as Urgências noturnas da Grande Lisboa

A partir do dia 2 de setembro as Urgências noturnas (20h00 às 08h00) na Área Metropolitana de Lisboa passam a funcionar num único hospital, alternando o Santa Maria com o São José. Os sindicatos dos médicos contestam a medida e alertam que o acesso dos doentes aos cuidados especializados está posto em causa.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) alega que atualmente as Urgências dos hospitais encaminham para o Santa Maria ou o São José os doentes que precisam de atendimento em certas áreas, porque não têm especialistas 24 horas por dia. Salienta ainda que o número de doentes é tão reduzido que se justifica a concentração de serviços, melhorando assim a qualidade dos cuidados prestados à população.
Cunha Ribeiro, presidente da ARSLVT, explica ao CM que a concentração das Urgências em certas valências “é um ato de gestão de dinheiros públicos e de racionalidade dos recursos humanos”, porque são “poucos” os médicos com menos de 50 anos que fazem Urgência.
Por lei, está dispensado de fazer Urgência à noite quem tem mais de 50 anos. “Os doentes continuam a ser atendidos à noite nas Urgências. Só serão reencaminhados os que precisam de cuidados especializados e esses são poucos”, afirma Cunha Ribeiro, acrescentando não fazer sentido ter os especialistas na Urgência à espera de um doente que aparece ‘dia sim dia não’, que é o que se passa, por exemplo, na Oftalmologia”.
O responsável da ARSLVT dá o exemplo do que se passa no Porto, onde o Hospital de São João concentra, há 4 anos, as Urgências noturnas.
Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, acusa a “falta de transparência das medidas”. A Comissão para a Reforma das Urgências diz desconhecer a reorganização da tutela.