UM PAÍS É UM CONDOMÍNIO GRANDE

Imaginemos um edifício ou uma área residencial, ambos habitados, e onde todos pagam para o bem comum. Falamos do condomínio, uma experiência que o cidadão conhece bem e em que participa com interesse e muito entusiasmo pela aplicação das regras da boa convivência e urbanidade.

As pessoas, neste caso os condóminos, pagam de acordo com as regras previamente acordadas e quando se avalia a necessidade de se recorrer a comparticipações extras, a decisão é posta à votação de todos e uma vez aprovada pela maioria, todos respeitam e acatam. Quem não o fizer fica sujeito às penalizações próprias para estes casos. Que se saiba o sucesso tem prevalecido, caso contrário as cidades seriam um autêntico desastre.

Isto significa que o cidadão comum sabe e tem estratégia face ao futuro. Sabe defender e proteger o seu património. Quando não é ele a administrar, delega em alguém para essa tarefa. E quando não está satisfeito com o delegado no que respeita às orientações ou por falta delas e vê o seu imóvel em perigo, tudo faz para encontrar outra solução.

Um País é como um condomínio. Tem uma administração que é eleita para pôr em prática um programa previamente aprovado. Os cidadãos votam e sabem por antecipação o que lhes reserva o futuro. E é com base nisso que planeiam as suas vidas.

Deveria ser assim, mas em Portugal a regra do condomínio está a falhar e mais grave, ainda, sem uma estratégia bem definida. O Governo procura encontrar a solução, o caminho, a luz ao fundo do túnel. Mas pelo caminho não cumpre sempre o previamente acordado e altera as regras. Gera desconforto, desconfiança e muitas dúvidas face ao futuro.

O cidadão planeia a vida de acordo com as expectativas criadas. Essas expectativas têm origem na estratégia pré-definida. Mas quando não há estratégia cai tudo e o futuro afina-se pelo salve-se quem puder. Portugal está a passar por essa experiência: falta de estratégia, logo, futuro incerto.

A Direção