UGT reivindica aumentos salariais mínimos de 5% em 2026

Lisboa, 29 out 2025 (Lusa) – A UGT propõe aumentos salariais de 5% em 2026 para os setores público e privado, de modo a assegurar que o nível remuneratório mínimo seja, pelo menos, de 1.000 euros, segundo a política reivindicativa hoje divulgada.

No documento, a central sindical liderada por Mário Mourão sublinha que, “apesar dos aumentos registados nos últimos anos”, as subidas salariais “continuam a ser insuficientes para garantir condições de vida dignas” à luz do aumento do custo de vida, destacando nomeadamente “as despesas em habitação, energia e alimentação”.

“Nesse sentido, a UGT propõe um aumento dos salários, para os setores privado e público no mínimo de 5%, garantindo que o nível remuneratório mínimo seja superior ao salário mínimo nacional, ou seja, no mínimo de 1.000,00 euros”, lê-se na proposta reivindicativa 2025-2026 aprovada em reunião do secretariado nacional.

Mas acrescenta: “Os valores propostos não devem ser vistos como referenciais impeditivos à negociação de outros valores, consoante a realidade específica dos diferentes setores e empresas envolvidas na negociação”.

A UGT defende ainda que os referenciais previstos no acordo tripartido assinado em sede de concertação social em 2024 sejam revistos e que o salário mínimo nacional suba dos atuais 870 euros para 950 euros no próximo ano.

O acordo atual prevê que o referencial para o aumento global dos salários (discutidos em negociação coletiva) seja de 4,6% em 2026 e que o salário mínimo nacional suba para 920 euros, sendo que a ministra já sinalizou que o Governo tenciona cumprir o valor previsto no acordo.

Em matéria fiscal, a UGT defende a atualização dos escalões de IRS, “com base no critério da valorização nominal das remunerações”, bem como que se assegure “o princípio de neutralidade fiscal das atualizações, de modo a garantir o não agravamento fiscal em função dos aumentos salariais”.

No plano da Segurança Social, insiste nos aumentos regulares das pensões “e não dar apenas suplementos extraordinários aos pensionistas” e pede que se desenvolvam “regimes complementares de proteção social de natureza coletiva, criados e geridos no âmbito da negociação coletiva e sob supervisão pública”, mas “sem substituição do sistema público”.

A saúde, educação e habitação voltam também a estar nas prioridades elencadas pela central sindical, sendo que para fazer face ao aumento do preços das casas a UGT pede “um investimento público substancial em habitação social e cooperativa”.

Defende ainda como prioritário negociar outras matérias, nomeadamente o aumento de dias de férias, a subida do valor do subsídio de refeição, a redução do período normal de trabalho e a implementação da semana de quatro dias.

O Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) foi na terça-feira viabilizado na generalidade. O documento desce agora à especialidade, sendo que a votação final global está marcada para 27 de novembro.

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