UE INSTA VENEZUELA A RECUAR NA DECISÃO DE EXPULSAR EMBAIXADOR ESPANHOL

LusaBruxelas, 26 jan (Lusa) — A União Europeia condenou hoje “firmemente” a decisão das autoridades venezuelanas de declarar ‘persona non grata’ o embaixador espanhol e instou Caracas a revertê-la, para manter os canais diplomáticos abertos.

“A União Europeia condena firmemente a decisão das autoridades venezuelanas de declarar o embaixador espanhol em Caracas ‘persona non grata’. Expressamos a nossa plena solidariedade com Espanha e apelamos a que a decisão seja revertida, já que foi contra a necessidade de manter os canais diplomáticos abertos”, declarou a porta-voz Catherine Ray.

A mesma porta-voz, responsável pela área de política externa, que falava na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, recordou ainda que as decisões da UE na área dos Negócios Estrangeiros — como a aplicação de sanções à Venezuela — “são tomadas por unanimidade dos Estados-membros”.

Na quinta-feira, a Venezuela declarou ‘persona non grata’ o embaixador espanhol em Caracas, Jesus Silva, referindo que o seu país cometeu “agressões contínuas” contra o Governo do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro.

“A Venezuela informa a comunidade internacional de que decidiu declarar ‘persona non grata’ o embaixador do Reino da Espanha na Venezuela (…) em virtude da contínua agressão e repetidos atos de interferência nos assuntos internos do nosso país”, segundo uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano.

Na quarta-feira, o Governo venezuelano havia chamado o seu embaixador em Madrid, após as sanções adotadas na última segunda-feira pela União Europeia contra sete altos funcionários venezuelanos, nomeadamente o congelamento de ativos e a proibição de vistos para a UE.

Caracas acusa o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, de ser um dos principais responsáveis por essas medidas.

As relações entre Espanha e Venezuela estão tensas desde a eleição do Presidente Hugo Chávez (1999-2013), que morreu em 2013, tendo subido ao poder posteriormente o seu afilhado político Nicolás Maduro.

Em dezembro, A Venezuela teve a mesma atitude em relação aos embaixadores do Brasil e Canadá, que posteriormente tomaram medidas idênticas em relação os embaixadores venezuelanos nos seus respetivos países.

ACC (CSR)// ANP.

Lusa/fim