
Washington, 09 out 2025 (Lusa) — O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que espera um “desarmamento” e “retirada” de tropas na próxima fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza, salientando a prioridade de libertar os reféns detidos pelos islamitas do Hamas.
No entanto, reconheceu que os corpos de alguns reféns seriam “um pouco difíceis de encontrar”.
Durante uma reunião na Casa Branca, o líder norte-americano indicou igualmente que tentará viajar para o Egito para a “assinatura oficial” do acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em posse do Hamas — dos quais se presume que 20 estejam vivos -, o que deverá acontecer na segunda ou terça-feira.
Ao mesmo tempo, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, pediu hoje a Israel que reduza ou cesse as hostilidades até que o acordo seja assinado, para não comprometer o seu espírito.
“Pode ser importante que façamos também um esforço para convencer os israelitas a desanuviar ou cessar” as suas operações militares no enclave palestiniano, enquanto se aguarda a assinatura do acordo, disse o chefe de Estado egípcio durante um encontro com o enviado da Casa Branca (presidência norte-americana), Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro de Trump.
A primeira fase do plano envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e a Faixa de Gaza, a libertação dos reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.
As negociações para a segunda fase do plano deverão começar imediatamente após a assinatura do acordo da primeira etapa.
O plano norte-americano prevê ainda a criação de um “comité de paz” presidido pelo próprio Trump para supervisionar o governo de transição na Faixa de Gaza e que inclui o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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