Tragédia em Israel e na Palestina: Vídeo dos ataques no local onde Alexandre Look foi morto

FOTO: citynews/X
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O conflito entre Israel e a Palestina continua a provocar manifestações de apoio à paz no Canadá. Uma delas aconteceu em Toronto na passada segunda-feira. Alguns políticos recorreram às redes sociais para tentar serenar o conflito, mas com algumas frases polémicas à mistura. Já a ministra dos Negócios Estrangeiros Mélanie Joly garantiu, no X, antigo Twitter, que vai trazer de volta para casa os canadianos presos em Israel. Só não vai poder trazer com vida os dois canadianos mortos no conflito. Um deles, Alexandre Look é agora visto como um verdadeiro herói no Quebec.

Os militantes de Gaza que atacaram um festival de música que durou toda a noite no sul de Israel dispararam e mataram os festivaleiros à queima-roupa, tendo depois roubado tudo o que estes tinham.

Um deles terá sido Alexandre Look. Os pais do canadiano de 33 anos, vítima do ataque, disseram à imprensa canadiana que estavam ao telefone com o filho enquanto tentava escapar aos tiros. O canadiano e outros procuraram abrigo num bunker sem porta durante o ataque dos militantes, disseram os pais.

“Como um verdadeiro guerreiro, ele partiu como um herói, querendo proteger as pessoas que o acompanhavam. Alex era uma força da natureza, dotado de um carisma único e de uma generosidade sem igual”, escreveu o pai, Alain Haim Look, no facebook. “O mundo nunca mais será o mesmo sem ti. Adeus, meu filho, amo-te e olha por nós lá de cima”.

François Legault, premier do Quebec, enviou as condolências à família.

Em circunstâncias aflitivas continuam alguns canadianos que estão em Israel à procura de fugir. Para eles, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, confirmou que o Governo federal está a planear o transporte aéreo de canadianos para fora de Tel Aviv nos próximos dias.

Longe do conflito, no Canadá, começaram algumas manifestações de apoio pela paz. Na segunda-feira, 9 de outubro, realizaram-se várias expressões coletivas de solidariedade com as comunidades palestiniana e israelita na baixa de Toronto. Apesar do momento de apoio, 4 pessoas foram detidas, mas a polícia confirmou que a manifestação foi pacífica.

Se algumas manifestações foram pacíficas, outras nem tanto. Nas redes sociais, Sarah Jama, deputada do NDP, abordou, na tarde de terça-feira, 10 de outubro, a luta de décadas da Palestina ocupada por Israel. A deputada referiu-se à luta como “apartheid”.

“Apelo ao cessar-fogo imediato e ao desanuviamento”, escreveu Jama. “Temos de procurar a solução para este ciclo interminável de morte e destruição: acabar com toda a ocupação das terras palestinianas e acabar com o apartheid.”

A publicação nas redes sociais incluía o hashtag “FreePalestine”.

A líder do NDP, Marit Stiles, não gostou nada dos comentários de Jama, afirmando que a mensagem da deputada não foi aprovada pelo partido, pedindo que se retratasse.

O premier de Ontário, Doug Ford, foi ao X pedir a Jama que se demitisse. Logo depois, a deputada provincial do NDP pediu desculpas também na rede social X após as manifestações: “Ouvi-as e, acima de tudo, compreendo a dor que muitos canadianos judeus e israelitas, incluindo os meus próprios eleitores, devem estar a sentir. Peço desculpa”, afirmou Sarah Jama.

Também Olivia Chow teve alguns dissabores com as publicações nas redes sociais. “Condeno inequivocamente os horríveis ataques do Hamas contra civis”, publicou a presidente da Câmara Municipal de Toronto no X, logo após a invasão do Hamas em Israel. Duas horas mais tarde, quando Israel iniciou os ataques aéreos de retaliação, Chow referiu, também no X, que “temos de reconhecer a dor dos palestinianos e a grave perda de vidas durante este período”, acrescentando que “os nossos pensamentos estão com os cidadãos de Toronto, tanto judeus como palestinianos, que têm entes queridos em casa”.

Após a segunda publicação, a líder autárquica foi atacada por cidadãos de Toronto, incluindo representantes de grandes grupos judeus, o que a levou a pedir desculpa e a substituir as mensagens iniciais. O novo post condenava o ataque do Hamas e lamentava “a perda de todos os civis inocentes, tanto israelitas como palestinianos”.