

O presidente John Tory está a ameaçar parar os trabalhos de planeamento e design da extensão do metro da Yonge Street para a região de York, até que a província concorde em ajudar a financiar a construção de uma linha de metro de alívio no centro de Toronto.
No que é apenas o último capítulo de uma guerra de palavras com a província relativa ao financiamento do trânsito, Tory disse na terça-feira que vai “considerar” apresentar uma moção na comissão executiva para suspender o planeamento da extensão para norte da linha de metro Yonge Street (de 7,4 quilómetros) enquanto subsistir a “incerteza” em torno da província ajudar ou não a financiar o custo da primeira fase da linha de alívio, estimado de 6,8 mil milhões de dólares.
A província já disponibilizou 150 milhões de dólares em financiamento para os trabalhos de planeamento e design da linha de alívio, mas não se comprometeu em financiar a construção do projeto.
A proposta de extensão do metro da Yonge Street até Richmond Hill, inclui duas paragens em Toronto e três na região de York.
Embora o custo de 90 milhões de dólares para realizar a próxima fase de planeamento e design da extensão esteja a ser totalmente financiado pela província e pela região de York, Tory argumentou que faz pouco sentido continuar com os trabalhos na ausência de financiamento para a construção da linha de alívio.
Del Duca acusa Tory de fazer “jogos políticos”
Tory tem entrado em rota de colisão com a província desde que a primeira-ministra Kathleen Wynne bloqueou o seu plano para impor portagens rodoviárias na Gardiner Expressway e Don Valley Parkway.
A disputa atingiu outro nível no mês passado, quando o orçamento provincial não incluiu qualquer novo financiamento para reparações na habitação social em Toronto, com Tory a visitar um edifício TCHC em Etobicoke para distribuir panfletos onde pedia aos moradores para entrar em contato com o seu membro do Parlamento Provincial Liberal para reclamar.
Em comunicado divulgado na terça-feira à tarde, o ministro dos Transportes, Steven Del Duca, criticou Tory por fazer “jogos políticos” com os projetos de trânsito da cidade.
Um relatório municipal que será considerado pela comissão executiva na próxima semana pede um trabalho continuado no planeamento da linha de alívio e da extensão para norte da linha de metro Yonge Street.
Se aprovado, o relatório autorizaria a equipa a avançar com os trabalhos de planeamento e de design da extensão para norte da linha Yonge Street, até ao limite de 15 a 30 por cento necessário para desenvolver uma estimativa de custos e cronograma.
Linha da Yonge já no limite da capacidade
O relatório municipal observa que os trabalhos na extensão do metro da Yonge Street começaram em 2009 e estão “atualmente mais adiantados” do que os trabalhos do projeto da linha de metro de alívio.
Isto apesar de preocupações significativas sobre a capacidade atual e futura da Linha 1.
De facto, o relatório aponta que o metro está “efetivamente no limite da capacidade nas atuais condições operacionais”.
O relatório indica que a capacidade atual na linha é de cerca de 28 000 pessoas por hora, sendo que num dia típico são transportados na linha cerca de 28 300 passageiros por hora.
A capacidade na linha será reforçada para ter uma capacidade de 36 000 passageiros por hora até 2021, graças à implementação de um novo sistema de sinalização que permitirá um serviço mais frequente, mas o relatório municipal refere que a linha estará novamente em excesso de capacidade em 2031, em resultado do esperado crescimento do número de passageiros.
O governo federal prometeu disponibilizar aos municípios 20,1 mil milhões de dólares em financiamento para o trânsito nos próximos 11 anos, existindo a presunção de que uma parte desse montante seria usado para ajudar a pagar a construção da linha de metro de alívio no centro da cidade.
A rota proposta para a primeira fase dessa linha começaria na Osgoode Station e viajaria ao longo da Queen Street e Eastern Avenue, antes de virar para o norte na Carlaw Avenue e fazer a ligação com a linha 2 na Danforth Avenue.
De acordo com o relatório municipal a construção da linha levaria oito a 10 anos, depois de assegurado o seu financiamento.
Fonte: CP24